Eu não tenho mais tempo para escrever, e isso é triste. Entro aqui todos os dias e sinto um peso no coração por ver o blog que cuidei por tanto tempo meio abandonado. Faço o que posso para tirar as teias de vez em quando, mas a preocupação com a faculdade e com o pouco tempo que me resta e as muitas matérias que faltam me impedem de ter esse tempo. Esse tempo de reflexão que muitas vezes me trouxe até aqui. Essa vida louca sai nos atropelando e a gente nem se dá conta do que fica pra trás na ânsia de não se deixar ser pego. Eu penso nisso, no que está se perdendo, no tempo de folga da minha mente quando estou presa em uma fila no trânsito. Recuso-me a estudar nestes momentos, pelo menos na hora da fila minha mente deve estar livre para ir onde quiser. Mas tão logo desço do onibus já sou carregada por uma maré de gente, e tenho que seguir em frente.
Meus dias se transformaram numa rotina; as estantes da biblioteca setorial, as mesas, as bibliotecárias (que já me conhecem o suficiente para me expulsar de lá), os caminhos sempre iguais dentro da universidade. Por falta de tempo não me atrevo nem mais a ir a outros lugares lá dentro, ainda bem que desbravei boa parte do terreno nos tempos de caloura. E quando penso nisso, parece que nem faz tanto tempo assim... Mas faz, não faz? Em quatro anos tanta coisa mudou... Principalmente eu.
Mas a loucura da vida continua a mesma como sempre foi, e algo me diz que só tende a piorar. Então de vez em quando eu fecho os olhos, paro o que estou fazendo (seja o que for), e sinto o agora, o ambiente à minha volta, as pessoas ao meu redor, o céu, o vento, o som da vida que me cerca. Só assim eu posso continuar. Se eu tiver estes momentos sentindo a vida dentro de mim, por mais louca que ela seja, então as coisas fazem sentido novamente, e eu posso me juntar à loucura do mundo outra vez.
C.C.