2/15/2014
Tempestade
2/08/2012
Equilibrium
É incrível a maneira como chegamos no estado de equilíbrio, mas mais incrível ainda é a maneira que saímos dele. Não é algo que se perceba de imediato - em ambos os casos. Então como chegar lá? Como sair?
Somos simplesmente jogados em determinado momento de nossas vidas, e depois de certo tempo tragados de volta para o caos? Ou caminhamos lentamente, sem perceber, para o equilíbrio ou para o caos.
Manter-se firme na corda bamba é um dom, cair é uma lei natural. Muitos caem, alguns levantam e continuam tentando, raros são os que chegam até o fim sem uma queda em seu histórico. O importante, é continuar tentando.
Lembrar que cada ato é seguido de uma consequência é o essencial para se manter na corda bamba, pois o menor descuido pode nos levar ao chão - a menor distração, pode ser fatal.
Lá vamos nós, outra vez.
C.C.
4/23/2011
Vida louca
Eu não tenho mais tempo para escrever, e isso é triste. Entro aqui todos os dias e sinto um peso no coração por ver o blog que cuidei por tanto tempo meio abandonado. Faço o que posso para tirar as teias de vez em quando, mas a preocupação com a faculdade e com o pouco tempo que me resta e as muitas matérias que faltam me impedem de ter esse tempo. Esse tempo de reflexão que muitas vezes me trouxe até aqui. Essa vida louca sai nos atropelando e a gente nem se dá conta do que fica pra trás na ânsia de não se deixar ser pego. Eu penso nisso, no que está se perdendo, no tempo de folga da minha mente quando estou presa em uma fila no trânsito. Recuso-me a estudar nestes momentos, pelo menos na hora da fila minha mente deve estar livre para ir onde quiser. Mas tão logo desço do onibus já sou carregada por uma maré de gente, e tenho que seguir em frente.
Meus dias se transformaram numa rotina; as estantes da biblioteca setorial, as mesas, as bibliotecárias (que já me conhecem o suficiente para me expulsar de lá), os caminhos sempre iguais dentro da universidade. Por falta de tempo não me atrevo nem mais a ir a outros lugares lá dentro, ainda bem que desbravei boa parte do terreno nos tempos de caloura. E quando penso nisso, parece que nem faz tanto tempo assim... Mas faz, não faz? Em quatro anos tanta coisa mudou... Principalmente eu.
Mas a loucura da vida continua a mesma como sempre foi, e algo me diz que só tende a piorar. Então de vez em quando eu fecho os olhos, paro o que estou fazendo (seja o que for), e sinto o agora, o ambiente à minha volta, as pessoas ao meu redor, o céu, o vento, o som da vida que me cerca. Só assim eu posso continuar. Se eu tiver estes momentos sentindo a vida dentro de mim, por mais louca que ela seja, então as coisas fazem sentido novamente, e eu posso me juntar à loucura do mundo outra vez.
C.C.
3/06/2011
As cidades das nuvens
Hoje olhei pela janela e vi nuvens brancas e fofas baixas no horizonte, num tom amarelo pálido de crespúsculo. Lembrei de quando era criança e costumava passar as tardes em cima de uma goiabeira no quintal de casa, olhando para o céu e imaginando que haviam cidades escondidas por trás das nuvens, e que se olhássemos com cuidado, era possível ver o topo de uma torre e um pássaro saíndo dela. O pássaro hoje eu vi, mas o topo das torres já devem estar perdidos pra mim. E eu costumava vislumbrar alguns naquelas tardes de verão...
C.C.
2/20/2011
Cegueira auto induzida
O que me espanta é esta capacidade incrível que algumas pessoas têm de sempre se transformarem em vítimas. A distorção que conseguem fazer de uma frase, uma palavra, de conseguirem transformar dois em vinte, agora em ontem, sai em fica. Pessoas que olham tanto para o próprio umbigo que não conseguem perceber que o mundo não gira ao redor delas, e que os outros também sentem. Pessoas que são, na melhor definição da palavra - Cegas!
Vivem num mundo próprio e tentam a todo custo trazê-lo para aqueles que estão à sua volta. Então tudo é a respeito deles, e sua forma de viver e de pensar é a certa; não há necessidade de mudança - a não ser a mudança necessária para que os resto do mundo se adeque à sua maneira de viver.
Eu me espanto, porque nada do que seja dito será ouvido; as palavras parecem sofrer uma mutação durante o caminho até seus ouvidos e tomam outro significado.
Eu me espanto, porque não adianta quantas vezes alguém tente lhes estender a mão, essa mão ficará vazia, porque o Cego simplesmente não a enxerga - não quer enxergar.
Espanta-me infinitamente, porque não há nada que se possa fazer, não há nada que se possa dizer; é como tentar argumentar com uma porta! E aquele que tenta ajudar fica eternamente com a mão estendida, à espera - assistindo de camarote o desenrolar de um drama que nunca tem fim, e que só existe na mente do Cego. Onde o Cego se torna rei, propagador do caos, escravo de sua própria dor e mestre de sua agonia. O Cego causa sua própria ruína por simples medo de abrir os olhos.
C.C.
2/12/2011
Divagações
Só a partir da compreensão é que podemos começar a entender e aceitar as coisas. Eu não sei o quão baixo tive que descer para conseguir subir novamente, mas tenho e impressão de que se cavei o fundo do poço, não foi muito, só o suficiente para me colocar de pé. Talvez algumas pessoas tenham mais predisposição que outras para seguir em frente. Eu sei que todo mundo sofre, sei que a dor de ninguém deve ser menosprezada ou diminuída, quem pode sentir por você? Só você sabe o tamanho da sua dor. As pessoas falam tanto que o mundo é um lugar horrível, um inferno, que o ser humano é desprezível. Mas isso é o que elas vêm e sentem, ou é só o que elas querem ver? O reflexo do que existe dentro de nós. Eu sei o quão cruel posso ser, o quão arrogante e egoísta. Sei que se não me ativesse a meus valores e princípios, poderia ter me tornado um pessoa mesquinha e egoísta, sem qualquer sentimento verdadeiro por alguém. Mas acima de tudo, sei que ainda posso me transformar nesta pessoa. É uma luta diária; todo dia eu faço a minha escolha, todo dia eu penso no que é bom. Todos os dias eu escolho o amor ao invés o ódio, a esperança ao invés do desespero, viver ao invés de simplesmente existir. Minha vó me disse hoje uma coisa que já li há muito tempo e fiz questão de guardar comigo: Quanto mais conhecimento nós temos, maior se torna nossa responsabilidade - não só perante nós, mas perante o resto do mundo.
C.C.
12/25/2010
Sobre a beleza
Essa semana, depois de uma faxina, fiquei sentada navegando na internet e de repente me peguei pensando - novamente - sobre a beleza. E o que desencadeou a série de pensamentos que me levaram a escrever este texto agora foi um dos últimos livros que acabei de ler, A Dança da Morte, do Mestre Stephen King. Antes eu o chamava de Mestre só pra fazer brincadeira, afinal nem li tantos livros dele assim, mas agora... E você deve estar se perguntando: o que diabos tem a ver Stephen King com a beleza?
Bom, eu sou apaixonada por tudo que é belo, isto é um fato. Desde uma flor no jardim, um inseto colorido que pousa em minha mão, até obras de arte, filmes, músicas, peças de teatro, fotografias, etc, etc, etc... O que me surpreendeu em A Dança da Morte foi exatamente isso. Eu já li muitos livros nesta curta existência, dos mais variados tipos, e já me apaixonei por vários, por suas tramas, seus personagens, a atmosfera e por aí vai, mas eu nunca havia parado para pensar na beleza destas obras. E por beleza eu me refiro à estética da escrita, da maneira como o escritor descreve determinada cena. E pela primeira vez, eu reparei nisto, e foi lendo A Dança da Morte.
Desde a primeira vez que abri o livro e o fechei, eu repetia para mim mesma: Isto é lindo!
E então, eu comecei a pensar na beleza. É um termo tão abrangente! Qual a definição de beleza? Segundo a wikipédia: A beleza é uma experiência, um processo cognitivo ou mental, ou ainda, espiritual, relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta. Suas formas são inúmeras, e a ciência ainda tenta dar uma explicação para o processo. *
Sempre pensei no que é belo como sendo algo que nos desperta, que toca em algum ponto dentre de nós e nos faz baixar a guarda, penetrando em nossas defezas. Outro dia estava no centro de florianópolis com meu namorado e ouvi um coral, o som vinha do centro da praça, e as vozes eram harmoniosas. Eu estava reconhecendo algumas músicas, meu interesse se despertou quando começou a tocar (I can't get no) Satisfaction, dos Rolling Stones. A voz da mulher... Sou apaixonada por canto lírico. Então, de repepente, aquela melodia... Aquela voz suave... Era Angel of Music, do Fantasma da Ópera. Simplesmente pulei do banco, agarrei a mão do Eduardo e o arrastei para lá, foi mais forte que eu! Quando começou The Phantom of the Opera, com aquele coral atrás, usando máscaras, e o cara vestido de fantasma, cantando AO VIVO (eu podia jurar que eles estavam dublando pela perfeição e pela beleza, mas não!), eu me arrepiei toda e quase comecei a chorar ali, no meio daquela multidão, na ponta dos pés, tentando enxergar a Christine ser arrastada por aquele pequeno espaço pelo Fantasma. E a voz, a voz! Uma perfeição! Quem já ouviu a música sabe que aquele final é de tirar o fôlego, e eu quase fiquei sem, enquanto sentia meu corpo todo se arrepiar. E aquele momento, naquela praça, cheia de gente, pessoas comuns, fazendo uma parada para ver um show na rua enquanto se preparavam para voltar às compras de Natal, foi um dos momentos mais belos deste ano para mim. Pela interpretação, pela surpresa de ouvir aquela música de repente, com o edu ao meu lado, com as pessoas à minha volta, todos focados naquela garota (a desgraçada não devia ter mais de 19 anos) com uma voz capaz de nos arrancar de nossas fortalezas, de nossa rotina, da correria para comprar presentes, do caos do dia-a-dia. Acho que a beleza se resume a isso. Uma cena, uma música, uma palavra, algo que nos faz sair do aqui e agora e nos transporta para outro lugar. Nos faz pensar, nos faz sentir. Nos faz humanos. Eu sou completamente apaixonada por tudo que é belo, e tento buscar a beleza em todos os lugares. É quase como um vício, acho. Eu adoro sentir aquela fisgada no estômago, aquela sensação de enternecimento. A beleza de um olhar, alegre, sedutor, triste, sereno, sofrido... Olhares são apaixonantes, e belos. Tenho essa mania de olhar nos olhos das pessoas, e sinto-me muito desconfortável falando com alguém de óculos escuros. Eu preciso ver as reações no olhar, porque ali tudo fica claro. A beleza de uma noite estrelada, das árvores florindo na primavera, de um céu azul límpido, ou cinza chumbo, antes de uma tempestade.
E os detalhes. Afinal, a beleza mora na sutileza dos detalhes.
Sei lá, me empolguei aqui, e não falei nada do que queria ter falado antes, mas acho que deu pra entender alguma coisa^^'
Outro dia tento amadurecer mais essa idéia e escrevo algo decente. Já são quase 2:00 da manhã, meus olhos e meu cérebro imploram por uma noite de sono xD
*achei interessante^^
C.C.
12/16/2010
Porque é tão difícil abrir aquela porta... Quando está tudo no lugar é que aquela velha voz sussurrante decide soprar em nossos ouvidos, detrás da porta. E o sussurro viaja tranquilo por entre os labirintos da nossa mente, trazendo à tona uma imagem, uma palavra... O aperto no peito. Ignorado.
Mas quando nos encontramos naquele turbilhão, onde nem conseguimos pensar direito com tantas coisas para fazer, com tantas exigências - de tempo, de atenção, de um ombro, de um abraço, de um olhar - quando um dia vem após o outro e já nos perdemos em datas pois são todos iguais, aquele sussurro passa desapercebido. É fraco, frágil, e sem importância em meio ao caos do dia-a-dia. Perde-se facilmente e não penetra em nosso coração.
Mas quando vem a calmaria... A voz ganha volume e a porta parece transportar-se para mais perto, para a superfície. Quando se tem tempo para ordenar os pensamentos, os sentimentos, é aí que ela se faz ouvir, é aí que paramos em frente à porta e encaramos desconfiados a maçaneta.
E embora a voz esteja agora mais forte e próxima, tão perto que podemos quase tocá-la - se tivermos coragem para girar a maçaneta - ainda assim uma espécie de paralisia nos toma e só o que fazemos é encarar, ouvir, pensar, mas nunca tocar.
Entalhadas na porta estão as letras que formam as palavras "CANTO ESCURO." O que há do outro lado, além dos sussurros, além das lembranças, das feridas, do passado? Será que vale a pena abrir a porta e deixar a avalanche de sentimentos já há muito esquecidos transbordar?
"Já há muito esquecidos, ou que queremos esquecer?" Ouve-se o sussurro vindo com o vento.
Sim, aquelas lembranças que trancamos no CANTO ESCURO e deixamos apodrecer - ou criamos esperanças de que apodreçam - porque se a encararmos não temos certeza de que conseguiremos sair ilesos. Não, provavelmente não sairemos. Mas apesar de nossos esforços elas continuam, e quando passa a calmaria e somos obrigados a nos atirar no caos novamente elas retornam para as profundezas, e o tempo que passamos especulando se deveríamos abrir a porta ou não é sugado para dentro do CANTO ESCURO.
Porque é tão difícil?
C.C.
7/18/2010
Divagações - Ilusão
Alguns dizem que tudo é uma ilusão - Deus, o universo, a vida.
Mas o fato é que todo mundo se ilude. Alguns acreditam em fadas, outros em extra terrestres, uma grande maioria acredita em um ser superior que criou todos e que comanda nossas vidas, este ser que chamam Deus. Mas mesmo quem não acredita nele, ilude a si mesmo. A ilusão faz parte do ser humano, assim como a raiva, a paixão, a ganância, o amor... Todos nós nos iludimos, de alguma forma.
O problema não é a ilusão em si, mas os atos que as pessoas tomam a partir dela. Crer ou não em um ser superior é o menor dos problemas da humanidade. Existem ilusões piores, que levam a fins inesperados. De uma certa forma, creio, o Homem ainda precisa da ilusão, mas também acredito que já é hora de aprender a lidar com as conseqüências.
Como sempre, o Homem precisa aprender a ouvir sua consciência. Não são as ilusões, as paixões, os sentimentos o problema, mas sim a falta de consciência, de respeito, a falta de amor.
E poderia enumerar ou relatar incontáveis faltas do ser humano, falar sobre ódio, raiva, violência, mas sempre acabaria chegando aqui. Porque em todas as épocas, através dos milênios, são as nossas escolhas, as nossas atitudes diante das ilusões e dos sentimentos, que nos trouxeram até aqui.
E o que guia nossas escolhas?
Não que esteja tentando simplificar algo que parece tão complexo, mas o fato é que é simples! A resposta é simples; chegar até ela, aí mora a complexidade da condição humana.
Que o diga Douglas Adams, com seu simplório 42.
C.C.
7/11/2010
OST e outros blablablás
Sempre soube que em filmes, séries, novelas, a trilha sonora estava lá para aumentar mais ainda o drama de uma cena e tocar o coração dos telespectadores, então, de um tempo pra cá, comecei a prestar mais atenção nas trilhas sonoras de filmes e séries que assisto, sendo que às vezes me prendo mais às músicas que às cenas em si ^^"
Então comecei a catar trilhas sonoras, e agora se vejo algum filme/série/anime que eu gosto muito, fico que nem doida até encontrar sua OST (original soundtrack) e uma das OST que tenho que mais chama minha atenção (e me faz derramar algmas lágrimas, confesso) é de Buffy. Sim, Buffy - A caça vampiros. O compositor Christophe Beck e o roteirista Joss Whedon possuem o dom de fazer a cacau virar manteiga derretida. As cenas dramáticas de Buffy (que por si só já são o suficiente para me fazer ficar com um nó na garganta) junto com aquele dueto de piano (meu ponto fraco!!!) e violino, fazem o nó na garganta se transformar em um rio -_-'
Então, como adoro fazer um post homenageando escritores, livros patati patata, este é para homenagear Christophe Beck, sem dúvida um dos meus compositores preferidos *__*
Colocar um vídeo ia demorar séculos, então vou deixar só o link de Close your Eyes, uma das minhas músicas preferidas do Score de Buffy^^
C.C.
7/02/2010
Falling leaves...
A few golden flecks caught my attention as they spun furiously toward the ground. I looked up to see a giant tree ahead, covered with hundreds of blazing yellow leaves, a few of which had started to fall. (Algumas manchas douradas chamaram minha atenção enquanto giravam furiosamente em direção ao chão. Eu olhei para cima e vi uma árvore gigante à frente, coberta com centenas de folhas amarelas chamejantes, algumas das quais começavam a cair)
The next thing I knew showers of these leaves started falling. (A próxima coisa que pude perceber foi que uma chuva destas folhas começou a cair)
The tree seemed to be letting go, all at once. It was so remarkable that everyone on campus stopped. (A árvore parecia estar deixando ir, todas elas. Foi tão marcante que todos no campus pararam)
Students, professors, people driving down Indiana Avenue—we all stopped. And stared.(Estudantes, professores, pessoas dirigindo pela Avenida Indiana - todos nós paramos. E olhamos)
Within ten or so minutes the ground was covered in a thick blanket of yellow and the tree was nearly bare. Everyone remained frozen, taking in the strangely beautiful sight, then slowly resumed their courses. (Em mais ou menos dez minutos o chão estava coberto por um espesso manto amarelo, a árvore estava quase nua. Todos permaneceram congelados, admirando aquela visão estranhamente bela, então, lentamente, retomaram seus caminhos).
Tirado de: http://moonsandjunes.wordpress.com/2009/02/04/the-ginkgo-tree/
Eu gostaria muito de ter presenciado uma cena dessas *___*
Só de imaginar... Acho que teria chorado, quase chorei só de imaginar a cena ^^"
*Na foto são árvores de ginkgo.
C.C.
6/24/2010
No Centro
Flores, vento, pássaros, vozes, pessoas, verde - silêncio.
A ilha que ao ser ignorada até por seus próprios moradores, esqueceu que está viva, e por pensar-se morta, deixa que a vida passe ilesa por ela. Sinais de morte são as ruínas que se formam a cada dia. São os insetos que a invadem, o mofo que a decora.
Estou no meio desta ilha. No centro de seu coração silencioso e inerte, num dia de outono. Hoje ouvi a ilha, hoje tornei-me a ilha, e sinto sua desolação e sua ruína, sou a ruína e a desolação. Posso sentir os milhares de passos que a pisaram, posso ouvir as milhares de vozes que nos seus corredores falaram. Mas dentro do centro - silêncio. E dentro do meu peito - silêncio.
Mas minha alma agita-se como agita-se a vida que outrora existiu na ilha. A memória traz o caos, o presente: a inércia.
C.C.
6/18/2010
Espera...
Eu to esperando um download terminar, e mais alguma coisa. Mais alguma coisa... Aquela coisa que você espera sem saber ao certo o que é, sem se dar conta. E enquanto o tempo passa e as pessoas à sua volta mudam, você continua sentado, olhando para os lados, esperando...
E se alguém chega e pergunta "o que você está fazendo?" Você responde "nada."
Que resposta poderia dar uma pessoa que espera sem saber o quê?
Acho que o importante nestas horas de espera, é olhar em volta. Como num consultório, ou numa fila de banco. Você começa a prestar atenção nas pessoas e no ambiente ao seu redor, e quando menos espera, já é a sua vez. Assim, sem que você perceba, aquilo que você esperava aparece e você pode seguir em frente. Mas se seus olhos estiverem fechados, "aquilo" irá passar e você correrá o risco de ficar sentado no mesmo lugar, esperando... sem saber que espera.
C.C.
5/15/2010
Outra vez...
Olá! Senhoras e Senhores.
"Outra vez..." refere-se ao fato de que, outra vez, meu corpo se rebelou contra mim no momento em que eu mais precisava dele. Estou aqui, diante do computador - de fato, ao ligar meu computador, cheguei até a identificar-me com ele, pois sinto-me como um Xp com vírus, lerdo que só - um tanto acabada, repetindo para meu corpo: Meu amigo! Seja forte, pois preciso de você para resolver aquelas integrais e calcular aqueles volumes de sólidos de revolução, e áreas, e fazer gráficos bonitos de rosáceas e limaçons, patati patatá...
Mas ele ouve? Não. Em vez disso, deixa-me aqui, com dor de cabeça (e olha que já tomei café TT_TT) e perdendo meu cérebro...
Enfim, vou recostar-me nesta cadeira nada confortável, assistir um anime, e juntar forças para sentar em outra cadeira desconfortável para resolver aquelas integrais e tirar uma nota razoável na prova de segunda =D
E aos que não estão lutando contra um vírus dentro de si mesmos, desejo-lhes um bom fim de semana! E aos que estão, bom, vocês têm minha solidariedade.
Até!
C.C.
4/18/2010
Quando as coisas começam a andar
Mas de repente você percebe que é possível. Passei muito tempo me lamentando, procurando tudo de errado que existia dentro de mim; fiz uma lista mental. Mas ao invés de tentar entender o que estava errado e de tentar mudar, preferia me culpar. Já percebeu como é fácil culpar a si mesmo? Tão fácil quanto culpar o próximo. O difícil mesmo é você parar de se lamentar e de alimentar a culpa, transformá-la em algo útil, aprender com ela, e seguir em frente. Uma pessoa pode nadar anos no mesmo lugar, sem saber por que sua vida é sempre igual, sempre os mesmos problemas, as mesmas incomodações, sem perceber que algo só "acaba" quando você resolve pôr um ponto final.
Já perdi a conta de quantas vezes escrevi isso aqui, mas talvez de tanto bater na mesma tecla a mensagem entre na cabeça (na sua e na minha, por que é fácil esquecer disso com a cabeça quente): Só depende de nós.
E depois que aprendi a colocar mais isso em prática, as coisas começaram a melhorar, como se diz, começaram a andar.
E eu percebi que não adianta culpar os outros. As pessoas vêem aquilo que elas querem ver, e a única coisa que podemos fazer é tentar compreender, e ficar com os olhos abertos, para não cometermos o mesmo "erro."
Acho que minha filosofia de "um passo de cada vez" está se provando correta, o que me deixa feliz e disposta a seguir em frente^^
Por hoje é só, chega de "terapia" - como disse o Leo xD
C.C.
2/06/2010
Sobre amizade, o tempo e a vida.
Não faz tanto tempo assim - uns anos talvez - que não nos vemos, mas só agora pensei a respeito, a respeito de quanto tempo a ana banana faz parte de nossas histórias, de nossas gargalhadas, de nossas vidas. Tenho muito carinho por ela; carinho, amizade, respeito. Acho que pela primeira vez compartilho de seus sentimentos a respeito do tempo que passou. Ela olha para mim e lembra da menininha de quem ela costumava cuidar quando pequena, a menininha que ela fazia rir, que ia na casa dela, brincava no quintal, comia o pão que a mãe dela fazia. A menininha que agora tem 22 anos. Mas ainda ri com ela, para ela e dela, por que, vocês podem não saber, mas ela realmente é uma figura! É impossível não estar ao seu lado e não soltar uma gargalhada.
E então, hoje ela está aqui, com a sua filha. E amanhã eu vou viajar... Vou passar um tempo na casa da cabeçuda, uma das pessoas a quem dedico o texto abaixo, uma das pessoas que espero encontrar daqui a alguns anos e sentir que a amizade que nos unia no passado ainda existe, uma das pessoas que espero chamar de amiga ainda por muitos e muitos anos. Por um lado estou feliz por ir, muito feliz, e por outro estou triste, creio que vocês já devem ter entendido o por quê.
Enfim, o que estive pensando estes dias, é como o tempo passa rápido. Sim, o tempo passa muito rápido... Num dia você está no quintal de casa brincando com o cachorro, todo cheio de terra e grama, e no outro, tá limpando a terra da roupa do seu filho, no outro do seu neto... Muito rápido, mesmo. Só que a gente não percebe, não é? E não dá valor... Acho que só depois de muito tempo é que a gente percebe que o que mais faz falta são as coisas "pequenas." As risadas, uma tarde embaixo de uma árvore, os amigos reunidos, os sorrisos, os olhares, aqueles gestos característicos, as piadinhas, as histórias... O sol batendo no rosto no inverno, a chuva escorrendo pela pele no verão, o cheiro das flores na primavera, as folhas caíndo no outono... O riso das crinaças brincando, o canto dos pássaros, o som das ondas batendo na praia, uma leitura acompanhada de um café quentinho no inverno *sorriso*. Dizem que a beleza está nos detalhes. E são os detalhes que fazem a diferença. A vida está nas pequenas coisas, não porque sejam pequenas, mas porque as pessoas as vêem assim. São as pequenas coisas que nos mantêm vivos, aquelas com as quais lidamos todos os dias, durante 24 horas; nos acostumamos com elas, e as fazemos pequenas, quando na verdade deveríamos agradecer por elas. Mas só agradecemos quando o ar nos falta e temos a sensação de que se não pudermos inspirar e expirar imediatamente, iremos morrer. Quando o ar entra novamente nos nossos pulmões, ficamos gratos, e percebemos o quão importante é este pequeno ato, que realizamos o tempo todo, sem parar.
Nos dias de hoje as pessoas podem virar para mim depois de ler isso e dizer: Mas com que tempo? Não tenho tempo para parar e ficar agradecendo simplesmente por respirar, ou para ficar olhando as crianças brincando num parque, ou para admirar a beleza das folhas caíndo e da lua cheia.
E o que eu poso fazer? O que posso dizer?
Estas pessoas que correm contra o tempo, que tentam matá-lo dizendo que não o têm, vão perceber só no fim, que o tempo é que acabará os matando. Porque ele não pára, nem pra mim, nem pra você. O tempo vai passando, passando, e só depende de nós decidir o que fazer enquanto ele passa. Podemos decidir apreciar uma refeição, o sabor do que ingerimos, apreciar a paisagem enquanto estamos dentro de um ônibus, apreciar um pássaro cruzando o céu enquanto caminhamos, apreciar um bebê dando seu primeira passo em uma rua qualquer em que estejamos passando, apreciar o momento em que o ar entra, e o momento em que ele sai. Podemos decidir viver, apreciando a vida em todos os sentidos - pois ela está em todos os lugares; ou podemos decidir apenas existir, correndo contra o tempo, lutando contra o mundo, achando que a vida é aquilo que vemos na tv.
C.C.
12/03/2009
The Piano
11/22/2009
Da beira do abismo até o topo da montanha
Nesse mundo onde todos tem seus próprios fantasmas, é fácil fechar os olhos e se defrontar com um abismo, entregar a razão ao desespero, parar bem na beirada, e contemplar sua infinitude negra e vazia. Mas se nesse momento decidirmos abrir os olhos só por um instante, talvez por instinto, perceberemos que ao nosso lado tem alguém nos estendendo a mão.
Não estamos sozinhos.
Se existe aquele que machuca, que magoa, que abre nossas feridas e instiga nossos fantasmas, aquele que fere, também existe aquele que conforta, que ouve e que cura. Existe aquele que acredita, mesmo que esteja ao nosso lado contemplando o abismo.
Não estamos sozinhos.
É fácil parar e apontar as atrocidades do mundo, a maldade e a crueldade do ser humano - é fácil entregar-se à dor e ao ódio, à raiva.
Mas também existe outro caminho, pode ser mais difícil, mais árduo, mas não deixa de ser uma escolha, uma alternativa. Podemos abrir os olhos e decidir acreditar, decidir lutar, podemos abrir os olhos e estender a mão.
Todos temos nossos próprios fantasmas, mas precisamos aprender a lidar com eles, e se no inicio precisarmos de ajuda, que mal há em aceitá-la?
Essa força que me mantém de pé, vem de todos que me estenderam a mão, enquanto contemplava meu abismo.
Com o tempo aprendi a andar com minhas próprias pernas, mas sei que ainda preciso de alguém que esteja lá por mim. E sei que eles estarão, assim como eu estou.
A verdade é que chegar ao topo sozinho, é triste. Por mim, prefiro ficar pelo caminho, até o dia em que possamos chegar juntos.
Amo-vos.
Cacau
PS: Delio, dê notícias!!
11/18/2009
Hope

Tudo parece estar bem, mesmo quando penso que vai tudo por água abaixo, no fim, tudo se resolve.
Esse semestre pode ser descrito por uma única palavra: esperança.
Por que foi ela que me manteve de pé, e foi ela que me fez acreditar, fez com que eu sorrisse quando tinha um grito trancado no peito, e fez com que eu levantasse quando achava que seria tempo perdido.
Foi ela que me ensinou que quando acreditamos, tudo é possível.
E depois de um início tumultuado, veio essa espécie de clamaria dentro de mim. E trouxe consigo pessoas que eu adoro, e já não sei como passar muito tempo longe, e trouxe você, que eu achei não existia.
Eduann, te adoro muito amoro *-*
Aí eu olhava à minha volta, dentro de mim tudo estava bem, mas ao meu redor, estava tudo revirado. Então eu continuei acreditando, continuei esperando, continuo.
Delio, vai dar tudo certo^^
Fiquei rezando por você, espero que fique melhor logo, pra eu poder te dar um abração de urso! =D
C.C.
11/13/2009
Palavras
Mas nesse momento as palavras parecem ter perdido o sentido, não sei como lidar com elas, como usá-las de uma maneira que possam expressar o que se passa dentro, e o que está fora.
Minhas palavras tornaram-se fracas, perderam o sentido e deixaram-me com este sentimento, deixaram-me e só.
C.C.