12/25/2010

Sobre a beleza

Essa semana, depois de uma faxina, fiquei sentada navegando na internet e de repente me peguei pensando - novamente - sobre a beleza. E o que desencadeou a série de pensamentos que me levaram a escrever este texto agora foi um dos últimos livros que acabei de ler, A Dança da Morte, do Mestre Stephen King. Antes eu o chamava de Mestre só pra fazer brincadeira, afinal nem li tantos livros dele assim, mas agora... E você deve estar se perguntando: o que diabos tem a ver Stephen King com a beleza?

Bom, eu sou apaixonada por tudo que é belo, isto é um fato. Desde uma flor no jardim, um inseto colorido que pousa em minha mão, até obras de arte, filmes, músicas, peças de teatro, fotografias, etc, etc, etc... O que me surpreendeu em A Dança da Morte foi exatamente isso. Eu já li muitos livros nesta curta existência, dos mais variados tipos, e já me apaixonei por vários, por suas tramas, seus personagens, a atmosfera e por aí vai, mas eu nunca havia parado para pensar na beleza destas obras. E por beleza eu me refiro à estética da escrita, da maneira como o escritor descreve determinada cena. E pela primeira vez, eu reparei nisto, e foi lendo A Dança da Morte.

Desde a primeira vez que abri o livro e o fechei, eu repetia para mim mesma: Isto é lindo!

E então, eu comecei a pensar na beleza. É um termo tão abrangente! Qual a definição de beleza? Segundo a wikipédia: A beleza é uma experiência, um processo cognitivo ou mental, ou ainda, espiritual, relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta. Suas formas são inúmeras, e a ciência ainda tenta dar uma explicação para o processo. *

Sempre pensei no que é belo como sendo algo que nos desperta, que toca em algum ponto dentre de nós e nos faz baixar a guarda, penetrando em nossas defezas. Outro dia estava no centro de florianópolis com meu namorado e ouvi um coral, o som vinha do centro da praça, e as vozes eram harmoniosas. Eu estava reconhecendo algumas músicas, meu interesse se despertou quando começou a tocar (I can't get no) Satisfaction, dos Rolling Stones. A voz da mulher... Sou apaixonada por canto lírico. Então, de repepente, aquela melodia... Aquela voz suave... Era Angel of Music, do Fantasma da Ópera. Simplesmente pulei do banco, agarrei a mão do Eduardo e o arrastei para lá, foi mais forte que eu! Quando começou The Phantom of the Opera, com aquele coral atrás, usando máscaras, e o cara vestido de fantasma, cantando AO VIVO (eu podia jurar que eles estavam dublando pela perfeição e pela beleza, mas não!), eu me arrepiei toda e quase comecei a chorar ali, no meio daquela multidão, na ponta dos pés, tentando enxergar a Christine ser arrastada por aquele pequeno espaço pelo Fantasma. E a voz, a voz! Uma perfeição! Quem já ouviu a música sabe que aquele final é de tirar o fôlego, e eu quase fiquei sem, enquanto sentia meu corpo todo se arrepiar. E aquele momento, naquela praça, cheia de gente, pessoas comuns, fazendo uma parada para ver um show na rua enquanto se preparavam para voltar às compras de Natal, foi um dos momentos mais belos deste ano para mim. Pela interpretação, pela surpresa de ouvir aquela música de repente, com o edu ao meu lado, com as pessoas à minha volta, todos focados naquela garota (a desgraçada não devia ter mais de 19 anos) com uma voz capaz de nos arrancar de nossas fortalezas, de nossa rotina, da correria para comprar presentes, do caos do dia-a-dia. Acho que a beleza se resume a isso. Uma cena, uma música, uma palavra, algo que nos faz sair do aqui e agora e nos transporta para outro lugar. Nos faz pensar, nos faz sentir. Nos faz humanos. Eu sou completamente apaixonada por tudo que é belo, e tento buscar a beleza em todos os lugares. É quase como um vício, acho. Eu adoro sentir aquela fisgada no estômago, aquela sensação de enternecimento. A beleza de um olhar, alegre, sedutor, triste, sereno, sofrido... Olhares são apaixonantes, e belos. Tenho essa mania de olhar nos olhos das pessoas, e sinto-me muito desconfortável falando com alguém de óculos escuros. Eu preciso ver as reações no olhar, porque ali tudo fica claro. A beleza de uma noite estrelada, das árvores florindo na primavera, de um céu azul límpido, ou cinza chumbo, antes de uma tempestade.

E os detalhes. Afinal, a beleza mora na sutileza dos detalhes.

Sei lá, me empolguei aqui, e não falei nada do que queria ter falado antes, mas acho que deu pra entender alguma coisa^^'

Outro dia tento amadurecer mais essa idéia e escrevo algo decente. Já são quase 2:00 da manhã, meus olhos e meu cérebro imploram por uma noite de sono xD

*achei interessante^^

C.C.



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