12/28/2010

Labirinto

O vento frio... Penetrando em minha pele, a fúria do mar, jogando-se impiedosamente contra os rochedos, tentando a todo custo, durante anos sem fim, penetrar no coração das rochas. Como eu tentei penetrar em seu coração. Uma muralha tão alta e tão imutável quanto esta em que me encontro agora. Pouco a pouco, eu penetrei em suas defesas, eu rompi algumas barreiras, mas assim como este oceano, assim como estas ondas, não foi o suficiente para chegar atá aquilo que se esconde em um lugar ainda mais protegido e inalcançável, e assim como estas ondas, eu continuei tentando, eu continuei lutando mas...
Toda vez que pensava chegar mais perto, você se afastava, e então eu percebia que era apenas mais um barreira, apenas mais uma, dentre as incontáveis barreiras que ainda teria que enfrentar. Meus dedos não podiam nem ao menos tocar na superfície daquilo que se escondia nas profundezas dos seus olhos.
Eu não sou imortal, como o oceano que se estende aos meus pés, nem implacável em minha luta. Minhas forças foram aos poucos se esgotando, minha vontade foi aos poucos esmorecendo, e as barreiras eram ainda tantas...! Eu me vi então, debatendo-me contra as paredes que cercavam seu coração, sem forças, as lágrimas correndo livremente pelo meu rosto, e você não me ouvia! E eu me vi completamente só, perdida no labirinto que te protegia.


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