7/29/2010

Sob a chuva

Não sei
assim como as coisas acontecem
apenas deixei de esperar
como se não houvesse abrigo
o que eu podia fazer era andar na chuva
então baixei a cabeça e segui em frente
seguindo com a tempestade sobre a minha cabeça

Eu sei
de cabeça baixa não pude ver quando o sol surgiu
mas pude sentir
e eu senti você
saindo da tempestade
eu te senti

Eu sinto
e de uma maneira que não sei explicar
eu continuo
ainda sem esperar
eu continuo
ainda que não esteja completamente seca
eu continuo

Presença
as horas passam tão rápido
Sua ausência
o tempo passa devagar

Não importa
desde que te senti sob a chuva
só o que sei é da sua presença
só o que vejo são os teus olhos
só o que sinto
só o que espero
estar com você
está em você.

C.C.

7/22/2010

Entre papéis e caixas...

Uma mudança. Sempre que fazíamos uma mudança eu reencontrava velhos papéis e agendas, reencontrava velhos bilhetes, cartas, desenhos. Mas compramos uma casa e as mudanças pararam. As cartas e os bilhetes permaneceram guardados em algum canto do guarda roupa, dentro de alguma caixa, junto com as lembranças.

Mas o velho guarda roupa tinha que ser substituído, e seus segredos tiveram que ser novamente expostos. Sempre ficava com aquela sensação de nostalgia quando colocava tudo pra fora em alguma das inúmeras mudanças que fizemos, mas desta vez fui colocando tudo pra fora, amassando papéis que guardara durante anos, provas, cadernos, apostilas, tudo indo direto para o lixo. Até que no meio de tanta quinquilharia, que eu não parava de perguntar pra mãe: Porque eu guardei isso?!E ela me olhava com cara de "eu que te pergunto",  encontrei o que sobrou da minha coleção de papéis de carta. Fiquei ali segurando os dois últimos remanescentes do que outrora havia sido uma coleção de fato. E então eu senti novamente. E fiquei me perguntando se ainda havia alguma garota de sete a dez anos que ainda colecionava papéis de carta, ou melhor, se ainda existiam papéis de carta para se colecionar. Lembrei das vezes que ia na papelaria escolhê-los, das trocas entre as garotas na escola... Naquela época... papéis de carta, pular elástico, pega-pega, esconde-esconde... As meninas ainda pulam elástico?

Enfim, depois destas divagações não pude mais simplesmente ir jogando os papéis aleatoriamente no lixo. Então chegou a vez das agendas e dos diários, e encontrei bilhetes de quando estava na quinta, sexta série. Recados das amigas de infância... Bons tempos... E recados das amigas da adolescência, estas que posso rever se pegar o telefone e marcar alguma coisa. Estas ainda estão ao meu alcance. Mas é inevitável você ler tais papéis e não perceber como se está diferente, ainda que pareça a mesma. Os recados não mudaram muito das amigas de infância para as amigas da adolescência: Você é uma grande amiga; Continue sempre assim; Espero que nossa amizade não morra... Não morreu. Posso não vê-las mais, mas o carinho que sentia por elas permanece o mesmo, a saudade que senti quando revi os bilhetes pôde me dizer isso.

Fico feliz de ser essa pessoa que guarda de tudo. Nem sabia que havia guardado bilhetes do meu namorado de infância, mas estava lá. É uma sensação engraçada, mas boa. Talvez seja por isso que ainda guarde até os papéis de bala que meus amigos me dão como recordação. Eles dão risada na hora, dizem para eu jogar fora, mas eu guardo, porque algum dia vou abrir uma velha caixa, e ele vai estar lá, e vou lembrar daquele dia, daquelas risadas, e vai ser bom, vai ser muito bom lembrar dos amigos que tive, e dos que ainda estarão ao meu lado.

Eu tinha essa teoria, de que a amizade é o tipo de amor mais puro que podemos ter, e por isso devemos cuidar muito bem dos nossos amigos. Foi bom relembrar os velhos tempos, para lembrar desta teoria.

Depois de tanto tempo posso dizer que a amizade não morre, não quando ela foi bem cuidada durante o tempo em que foi forte e viva. Por que mesmo depois de anos, se você lembrar de uma pessoa que foi muito importante e sentir sua falta, então a amizade não morreu, porque o amor nunca morre.  

Amo-vos.

Cc.

7/18/2010

Divagações - Ilusão

Alguns dizem que tudo é uma ilusão - Deus, o universo, a vida.

Mas o fato é que todo mundo se ilude. Alguns acreditam em fadas, outros em extra terrestres, uma grande maioria acredita em um ser superior que criou todos e que comanda nossas vidas, este ser que chamam Deus. Mas mesmo quem não acredita nele, ilude a si mesmo. A ilusão faz parte do ser humano, assim como a raiva, a paixão, a ganância, o amor... Todos nós nos iludimos, de alguma forma.

O problema não é a ilusão em si, mas os atos que as pessoas tomam a partir dela. Crer ou não em um ser superior é o menor dos problemas da humanidade. Existem ilusões piores, que levam a fins inesperados. De uma certa forma, creio, o Homem ainda precisa da ilusão, mas também acredito que já é hora de aprender a lidar com as conseqüências

Como sempre, o Homem precisa aprender a ouvir sua consciência. Não são as ilusões, as paixões, os sentimentos o problema, mas sim a falta de consciência, de respeito, a falta de amor.

E poderia enumerar ou relatar incontáveis faltas do ser humano, falar sobre ódio, raiva, violência, mas sempre acabaria chegando aqui. Porque em todas as épocas, através dos milênios, são as nossas escolhas, as nossas atitudes diante das ilusões e dos sentimentos, que nos trouxeram até aqui.

E o que guia nossas escolhas?

Não que esteja tentando simplificar algo que parece tão complexo, mas o fato é que é simples! A resposta é simples; chegar até ela, aí mora a complexidade da condição humana.

Que o diga Douglas Adams, com seu simplório 42.

C.C.

7/11/2010

OST e outros blablablás

Sempre soube que em filmes, séries, novelas, a trilha sonora estava lá para aumentar mais ainda o drama de uma cena e tocar o coração dos telespectadores, então, de um tempo pra cá, comecei a prestar mais atenção nas trilhas sonoras de filmes e séries que assisto, sendo que às vezes me prendo mais às músicas que às cenas em si ^^"

Então comecei a catar trilhas sonoras, e agora se vejo algum filme/série/anime que eu gosto muito, fico que nem doida até encontrar sua OST (original soundtrack) e uma das OST que tenho que mais chama minha atenção (e me faz derramar algmas lágrimas, confesso) é de Buffy. Sim, Buffy - A caça vampiros.  O compositor Christophe Beck e o roteirista Joss Whedon possuem o dom de fazer a cacau virar manteiga derretida. As cenas dramáticas de Buffy (que por si só já são o suficiente para me fazer ficar com um nó na garganta) junto com aquele dueto de piano (meu ponto fraco!!!) e violino, fazem o nó na garganta se transformar em um rio -_-'

Então, como adoro fazer um post homenageando escritores, livros patati patata, este é para homenagear Christophe Beck, sem dúvida um dos meus compositores preferidos *__*

Colocar um vídeo ia demorar séculos, então vou deixar só o link de Close your Eyes, uma das minhas músicas preferidas do Score de Buffy^^

Close your eyes (piano)

C.C.




7/06/2010

Sobre cinema e literatura

"(...)Bons ou ruins, os filmes quase sempre causam um efeito redutor nas obras de fantasia.

(...)Os filmes, afinal,são apenas uma ilusão em movimento formada por milhares de fotografias imóveis. A imaginação, no entanto, se move junto a seu próprio fluxo da maré. Os filmes, mesmo os melhores, congelam a ficção - qualquer um que já tenha visto Um Estranho no Ninho e depois lido o romance de Ken Kesey achará difícil ou impossível não ver o rosto de Jack Nicholson em Randle Patrick McMurphy. Isto não é necessariamente ruim... mas é limitante. A glória de uma boa história é de que ela seja ilimitada e fluente; uma boa história pertence a cada leitor na sua própria maneira particular."

Stephen King, no prefácio da nova edição de A Dança da Morte.

C.C.

7/02/2010

Falling leaves...



I was walking across campus at IU on one of those sunny but deceptively cold days. Students buried their chins in collars and walked briskly to class. (Eu estava andando pelo campus de IU num destes dias ensolarados, mas enganosamente frios. Os estudantes enterravam seus queixos nas golas e caminhavam rapidamente para a classe)

A few golden flecks caught my attention as they spun furiously toward the ground. I looked up to see a giant tree ahead, covered with hundreds of blazing yellow leaves, a few of which had started to fall. (Algumas manchas douradas chamaram minha atenção enquanto giravam furiosamente em direção ao chão. Eu olhei para cima e vi uma árvore gigante à frente, coberta com centenas de folhas amarelas chamejantes, algumas das quais começavam a cair) 

The next thing I knew showers of these leaves started falling. (A próxima coisa que pude perceber foi que uma chuva destas folhas começou a cair)

The tree seemed to be letting go, all at once. It was so remarkable that everyone on campus stopped. (A árvore parecia estar deixando ir, todas elas. Foi tão marcante que todos no campus pararam) 

Students, professors, people driving down Indiana Avenue—we all stopped. And stared.(Estudantes, professores, pessoas dirigindo pela Avenida Indiana - todos nós paramos. E olhamos) 

Within ten or so minutes the ground was covered in a thick blanket of yellow and the tree was nearly bare. Everyone remained frozen, taking in the strangely beautiful sight, then slowly resumed their courses. (Em mais ou menos dez minutos o chão estava coberto por um espesso manto amarelo, a árvore estava quase nua. Todos permaneceram congelados, admirando aquela visão estranhamente bela, então, lentamente, retomaram seus caminhos).

Tirado de: http://moonsandjunes.wordpress.com/2009/02/04/the-ginkgo-tree/

Eu gostaria muito de ter presenciado uma cena dessas *___*

Só de imaginar... Acho que teria chorado, quase chorei só de imaginar a cena ^^"

*Na foto são árvores de ginkgo.

C.C.