Showing posts with label texto desenterrado. Show all posts
Showing posts with label texto desenterrado. Show all posts

11/13/2009

Intolerância

"Uma galáxia é composta de gás, poeira e estrelas - bilhões e bilhões de estrelas. Cada uma delas pode ser um sol para alguém. Em uma galáxia existem estrelas e mundos e, talvez, uma proliferação de formas de vida e seres inteligentes e civilizações espaciais." Cosmos pg.5 - Carl Sagan

Sempre me pergunto: Por que os Homens, com sua mania de grandeza, preferem olhar só para si, e esquecer da imensidão absurda que existe além desse nosso pequeno planeta... Se as pessoas admirassem mais a beleza do universo, e temessem menos a sua imensidão (pois perceberiam o quão pequenos nós somos), logo entenderiam que Nós somos pequenos universos. Que cada pessoa é um planeta desconhecido, que sempre há uma pessoa que vemos como nosso sol, que outras pessoas ficam presas em nossas órbitas, como a lua, e que nosso sistema é pequeno, se comparado com o resto do mundo. Mas é o nosso sistema. O nosso lar, nossa família, nossos amigos. E ainda assim, somos livres! Ainda assim podemos orbitar por outros lugares desse mundo e descobrir a beleza que existe em outros lugares, e perceber que não somos o centro do mundo, e que nosso sistema não está no centro do mundo.
Eu me pergunto: Apesar disso, deixamos de ser quem somos? Ao perceber essa verdade - que para alguns é terrível - não nos tornamos mais humildes, e mais compreensivos com as pessoas?
Acredito que quanto mais percebemos o quão pequenos somos, maiores nos tornamos por dentro, expandindo nosso universo interior. E um dia, um dia perceberemos o quão restrita era nossa consciência, e que apesar de estarmos presos na matéria, nossa consciência e visão de mundo pode ser infinita. E é aí que realmente entenderemos o sentido da palavra Liberdade.

Os preconceitos tolos, a moralidade vil que nos cercam, em nome de Deus. Por que iria Deus se preocupar se uma pessoa negra namora uma branca, por que iria Deus se preocupar se um homem ama outro homem, por que ele iria ficar furioso com isso?

Queria que as pessoas parassem um pouco e pensassem no início, de onde surgiram todas essas leis e moralismos absurdos. E se perguntassem: Eu realmente me importo com isso? Isso é realmente errado? E errado para quem, para Deus?
E eu respondo: O Homem inventou Deus.
Quero as respostas sem a palavra Deus no meio, por que o Deus em que acredito é o amor. E o que é errado no amor?
O que é errado no amor, é errado na vida. Essa é a lei fundamental. O resto é bagagem de homens e mulheres ultrapassados, que tinham o pensamento controlado por líderes religiosos e politicos. O resto é resto.

Abram o coração e a mente para o amor, mas o verdadeiro amor, e descubram o quão limitado está o nosso pensamento, preso por amarras invisíveis de tempo remotos, e encontrem a Liberdade e a felicidade que todos procuramos. Mas por favor, parem de falar em nome de Deus.

*Texto editado do original publicado em 9/04/2008

C.C.

11/05/2009

Vida

Eu sou aquilo que fizeram de mim.
Sou aquilo que vi e ouvi, senti.
Sou uma busca errônea, uma tarde vazia, uma lua cheia, e uma certeza perdida.
Sou a luz em uma redoma de vidro, todos podem ver, mas ninguém pode tocar.
Sou a onda furiosa de uma tsunami, que devasta o que me destrói, sem saber quem é inocente ou culpado.
Sou o vento de um tornado, natureza milenar que encontra supremacia jovem pelo caminho.
Sou aquela que te alimenta, te sustenta, te dá vida.
Sou a luz que te ilumina.
Numa redoma de vidro.
Você não pode tocar.
Você não pode provar.
Mas você pode ver.
E se pode ver, por que não acredita?
Eu sou a força que te move, por mim tu levantas todos os dias.
Sou o canto dos pássaros, o zumbido dos insetos, pétalas de rosa, a beleza selvagem das orquídeas.
Sou a música de um luar sereno e o encanto do nascer do sol.
Você não pode tocar.
Não pode provar.
Mas você pode ver.
Eu moldei teus olhos para que enxergasse as belezas que te dediquei.
Mas você preferiu fechar os olhos.
E eu ainda estou aqui, mostrando que minha força é maior que a tua e meu poder é maior que o teu - como a mãe que castiga o filho - pois só assim, consegues me ver.
Eu sou o que fizeste de mim.

*Nem lembro quando escrevi o_o'

C.C.

Ensaio sobre a inércia

O que um Homem pensa o leva até um certo caminho, e são suas ações, não as dos outros, que traçam sua trajetória. Mesmo quando inertes, há conseqüencias. O ato de não fazer nada já é um ato em si, e pode nos levar a caminhos tortuosos e obscuros. "O homem está condenado a agir. Mesmo quando suas mãos estão amarradas, o homem está condenado a agir."¹
Não há espetáculo se não há platéia, mas uma hora ou outra, inevitavelmente, todos terão que cumprir com seu papel, no palco da vida.

¹Fala de Shankar em Caminho das Índias.

Julho de 2009

C.C.

5/03/2009

Reflexos

Everything is brocken down

Às vezes tudo está se quebrando, seus pensamentos são estilhaços que não tem conexão nenhuma com que o foi e com o que é. Sentimentos que não correspondem o que é real.
Às vezes, tudo está chegando ao fim, mas você não pode sentir ou perceber, por que é tarde, por que é triste, por que dói. Esse final forçado, que vem de alguma coisa dentro de você que grita que não tem mais como, que se você continuar, você que ira quebrar-se, em mil pedaços.
Cada dia deveria ser uma vitoria, mas nessa guerra entre o que pode e o que não se deve, cada dia é o inicio do fim, e cada noite é triste, cinzenta e por que o sentimento ainda existe, cada noite é tão dolorosa quanto a primeira.
A cada dose de você que eu me recuso a tomar, dói. E a cada dose de você que tomo, dói mais ainda.
Como a explosão de uma super nova, eu estou expandindo, e então um dia, irei colapsar, e meus pedaços ficarão espalhados. Existe alguma força que possa mudar isso? Alguma razão para que tudo acabe antes do fim.
Suas palavras são como veneno corroendo meu coração que sangra, todo dia uma faixa envolta de sua carne, para que ele possa sangrar, sem deixar que o sangue manche meus rosto com minhas lágrimas.

Às vezes, é como se tudo estivesse ruindo, e você não tivesse para onde correr.

C.C.

PS: Texto desenterrado. Nem lembro quando escrevi, mas por falta do que escrever e como achei esse perdido, vai xD

12/08/2008

Doce miopia

A chuva tocava seu rosto enquanto seus olhos fechavam-se para o mundo. O sorriso em seus lábios exteriorizando o prazer que sentia ao ouvir a sinfonia louca que se formava em seus ouvidos - o amor!
A vida é bela! Sorria! A chuva cai e molha seu rosto e sua alma, sorria! Ninguém está vendo, por que ela não vê.
Ah! A doce miopia que distorce o mundo ao seu redor...

(encontrado em uma faxina de fim de ano - não tem data)

C.C.

10/10/2008

Início e fim na tempestade

O dia foi perdendo o brilho, a luz, o sentido. Sentada na cama, ela admirava a chuva. Começou fraca, fina.
De repente o céu foi escurecendo, primeiro veio o som, o estrondo fazendo o vidro tremer. Então a luz, relâmpagos cortando o céu.
Ela aproximou-se da janela, ficou lá, admirando a tempestade que se formava, a chuva cada vez mais forte, o vento mais intenso, era como se sua alma quisesse fundir-se com a chuva, o vento e os relâmpagos.
Fundir-se com a fúria da natureza, para apagar a tormenta que reinava em sua alma. Como era possível que a tempestade trouxesse seu nome com a chuva, seu cheiro com o vento, sua presença. Ela estava presa nos próprios pensamentos, a mercê do tempo e do espaço que agora começavam a ir e vir através de suas lembranças; de sua dor, de seus sentimentos, de sua confusão, negação, aceitação, de seu amor indesejado.
Qualquer um que entrasse agora veria esta cena, mas não ouviria seus gritos, mudos. Ela agora chorava, por que o nome de quem amava queimava em sua garganta, mas não podia dizê-lo. Não podia gritar para a tempestade lá fora, que trouxera sua dor à tona e a deixara naquele estado de perdição terrível, o nome de quem amava. Era seu segredo, o único, e só seu coração o conhecia. Mas já era tarde, a chuva ficou mais furiosa, e suas lágrimas mais abundantes, ela soluçava, agarrada às grades da janela. Então, enquanto se martirizava e fugia da tormenta que crescia dentro de si, ela olhou para o pulso. Para a fita branca que havia amarrado ali, lembrou de seu pedido, que ela tentara fazer sem pensar naquele rosto, e sentiu uma fisgada no estômago.
Não, aquilo teria que terminar. E ali, enquanto a chuva caia, ela secava as lágrimas, pedia para que a tempestade acabasse com aquilo tudo, com a dor, o tormento, com o amor insano que a dominava, e começou a atacar a fita branca, a puxar e a morder "Este pedido não pode ser realizado, eu o corrompi, agora chega". Com dificuldade arrebentou a fita, mas guardou em uma gaveta, uma lembrança de que agora começava o fim.
Às vezes precisamos exteriorizar nossos impulsos, para firmar nossos objetivos.
Toda vez que olha para o pulso, lembra da fita, da chuva, e da decisão que tomou. Aos poucos ela vai retomando o controle, é difícil, mas necessário.
Aquele nome ainda queima em sua garganta, mas agora ela sabe que isso está morrendo, aos poucos, e é ela quem está matando.

Achei esse texto perdido no myspaces o.O
Há muuuuuito tempo que não entrava lá, tive até que tirar umas teias de aranha no caminho auhauhauhauhauhauhuha Não lembro quando exatamente escrevi isso =X
Mas achei legal^^

C.C.

9/24/2008

Destino


Uma vez falei sobre o destino, durante essa semana tenho pensado muito sobre isso. O que somos capazes de mudar, até que ponto um acontecimento pode ser obra do destino, ou mera coincidência? Existe coincidência?
Sempre que uma pessoa entra na minha vida, eu penso sobre isso. O que nos ligou? Por que começamos a conversar? Por que eu?
Com algumas é mais especial, por que não é só o fato de começarmos uma amizade, mas o que eu senti assim que vi a pessoa a primeira vez… Como uma ligação especial, e fosse inevitável o fato de que iríamos nos conhecer, porque nós já nos conhecíamos.
Não sei se essa pessoa sente o mesmo, eu nunca perguntei, a nenhuma delas. Mas a idéia de que tudo tem um propósito me persegue, sempre perseguiu.
Ás vezes eu afasto isso, como se fosse uma heresia, mas as coisas acontecem, e a idéia volta, como se o fato de eu não querer acreditar não a impedisse de ser real.
Então, quando é forte de mais, quando o acontecimento é doloroso ou alegre de mais, eu suspiro “É o destino…” e é como se tudo estivesse claro.
Mas não pode ser assim, e eu sei disso. Tem coisas que nós pudemos mudar, mas como? Na verdade, acho que essa é a questão fundamental disso tudo, como posso mudar…?
Falam sobre sinais, ah sim, é mais fácil do que isso, eu sei. Ir contra o inevitável é a coisa mais simples que existe, mas assim como o perdão, é a mais difícil de se praticar.
E só existem aquelas duas escolhas, no fim: Deixar que o problema tome conta da sua vida, ou simplesmente resolvê-lo. Decidir se o dia vai ser alegre, ou triste. Discutir ou relevar. Sorrir, ou chorar.
Coisas simples, simples até de mais…
No final das contas, só depende de nós, mudar o destino, aceitá-lo, entregar-se. Só depende de nós.
Acho que minha maior dificuldade é essa, confiar em mim, e aceitar que ninguém pode fazer nada no meu lugar, precisa partir de mim.
E o destino? Sei que as Parcas tecem o seu fio com cuidado e sem piedade, mas quem sabe até que ponto?

17 de dezembro de 2007

C.C.