6/03/2011

Escritos no guardanapo impermeável

Ele mudava suas convicções, ela não as entendia. Estavam cansados, os dois, mas só um deles deixava transparecer toda a insatisfação que os envolvia. Todos os dias, o sol o fazia querer parar. Olhava para os lados, e nas ruas apinhadas de gente, não via um semelhante sequer.

Ela preferia as lojas e os centros, mesmo sentindo-se sozinha. A imperfeição e ignorância das pessoas que a cercavam eram só o que conseguia elevar seu ego naqueles dias. Ela não se importava.

Quando também o diálogo acabou ele preferiu sair de casa. Ela não aceitou.

Carregando suas vidas infelizes em suas costas, um dia seu carro derrapou na estrada enquanto se dirigia para um encontro com seu amante, e finalmente os libertou.

C.C.

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