Os sinos bradavam e ela sabia que era hora. Já sentia o anúncio da música que viria dentro de si há muito tempo, e tentando ignorar os sinais, ela continuava no mesmo caminho, esperando.
Ao longo da estrada encontrou o que achava ser o sinal para continuar, mas o sinal era sempre uma esperança frustrada. Ela sabia que o que sentia não vinha de fora. Estava dentro dela, sempre.
Não culpava ninguém, nem o poderia. Não havia um culpado senão seu "sangue".
O tempo continuou passando e ela continuou andando. Ignorando os tropeços, ignorando obstáculos, ignorando a ausência, ignorando o som dos sinos que se tornava cada vez mais alto à medida que ela avançava.
E cada vez mais alto, cada vez mais alto, na tentativa desesperada de ignorá-los, não percebeu quando se desviou de seu caminho, um desvio muito sutil, que a levava direto para o som dos sinos.
Mas agora ela percebe que não está mais onde deveria estar, e que o som dos sinos não vinha de um lugar á frente, ele vinha de dentro. Já não tem mais coragem para ignorá-lo, sabe que a hora chegou, e aguarda.
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