12/24/2006

...

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos,na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento,perdemos também a felicidade". Não sei quem é o autor, encontrei num dos meus documentos hoje e, para minha surpresa, traduziu simplesmente o que eu estava pensando hoje cedo... Para explicar o quero dizer: Hoje, em mais um dos meus devaneios diários e constantes, repensando meus atos e remexendo nos meus sentimentos, comecei a divagar sobre o que passou e o que espero da minha vida. Assim, renovando meus pensamentos sobre amor e outros sentimentos, não sei bem por que, lembrei de um dia, quando eu tinha 13 ou14 anos. Eu tava chegando na escola e vi um garoto, olhando para uma menina, de frente, bem nos olhos dela, não sei o que estavam conversando, mas fiquei prendida naqueles olhos...Ele olhava para ela com tanto amor! Lembro bem do brilho que emanava dos olhos dele, lembro tb que na hora eu pensei " Queria tanto que um dia alguém me olhasse desse jeito"! Aí eu descobri, eu finalmente aceitei o fato de que por mais que tente me esconder, por mais tente fugir, todo o meu ser sempre buscou aqueles olhos, aquele brilho de amor. Aceitei o fato de que mais vale deixar a minha muralha, tão bem construída, que cumpriu tão bem seu papel de me proteger contra a dor, cair. Sim, eu resolvi derreter a capa de gelo que se criou no meu coração, decidi deixar ruir as muralhas que construi contra o mundo e sua realidade cruel, porque descobri, assim, de repente, que talvez um dia, enquanto eu esteja me escondendo por trás de suas paredes, eu posso deixar escapar o brilho dos olhos de alguém, posso não perceber que sou amada, posso passar por cima, cegamente, deste amor, que eu tanto procurei. E eu me conheço bem o suficiente para aceitar esta verdade, quando me fecho, ninguém entra. Não é por acaso que nunca encontrei o amor, claro, me apaixonei; mas amar, nunca... Isolada, acreditando que o amor só fere e faz sofrer, fiz questão de eleger a solidão como companheira, para quê ?? Foi o que me perguntei!! Para que fugir, fazer de conta que é uma super mulher que não precisa de carinho e se isolar?? Sou um tanto contraditória, eu sei, é só ler o post passado, mas foi exatamente o que escrevi ontem que me fez pensar, quem vc pensa que é? Para de mentir garota! Eu tenho medo sim. Medo de amar a pessoa errada, de quebrar a cara, mas viver é isso afinal! E como sou uma romântica, mesmo que muitas pessoas duvidem disso, vou seguir minha vida, agora de coração aberto e desprotegido, esperando por um grande amor. Pode ser que demore, pode ser que eu não encontre, mas estou pronta para isso tb, afinal, a solidão é minha amiga desde pequena, não será um fardo, só a aceitação de que algumas vezes, precisamos de uma vida solitária, para aprender muito, e repassar na próxima^^ Mas como sou teimosa, vou esperar até o fim, por um olhar. Até

12/23/2006

O Léo ta aqui em casa, neste momento, jogando xadrez com a Cla. Claro, perdi no xadrez pra ele, mas isso não significa que não vou continuar tentando, desistir é muito difícil da minha parte, áliás, tão dificil que me leva a cometer alguns erros...Ah, a persistência...ou seria orgulho? Ferido, foi o que eu cheguei à conclusão depois de alguns episódios, detesto admitir, mas meu grande problema é o orgulho ferido. Não admitir perder, em hipótese alguma...Mas não sou tão arrogante a ponto de não saber a hora de parar, enfim, a hora em que o sangue escorre de tanto dar com a cabeça na parede, é mais ou menos nessa hora que percebo que é o meu fim, chega, perdi, hora de cair fora... Bom, pelo menos isso, saber a hora de desistir, de pular fora, será esse meu trunfo contra minha teimosia? Enfim, analisar minha pessoa deve me fazer perceber que sou alguém, talvez por isso não tenha desistido dessa luta contra o meu "EU" ainda. Vejam só, descobri que jogar tarô é um ótimo exercício de auto conhecimento, pelo menos para quem não tem o dom de "ler" as cartas, como eu, não que isso me impeça de tentar ;) Com o tempo, enquanto estava estudando o livro de tarô, percebi conexões, o que já é um começo^^ Comprei Enfrentando o fogo ontem, to lendo; é bom, afinal, é o último livro da trilogia, e fala sobre a Mia, sabe que eu adoro a Mia? O que me distancia dela, além do poder enorme que ela tem, é a aparência, eu já disse que tenho uma quedinha por ruivos? Pois é, antes eu era louca pelo Rony, daí ele e a mione...Pulei para os Gêmeos Weasley que, como era de se esperar, são ruivos! Claro, também são inteligentes, engraçados, sarcásticos...Tenho uma certa atração pelo sarcasmo tb...Enfim, o que me fez fugir para as minhas preferências amorosas afinal?? Certo, claro, a Mia é ruiva, isso, por isso falei do Rony^^ Mas o resto...Assim como ela tenho uma paixão por livros, inexplicável. Uma verdadeira ânsia por ter um casarão só para mim, no meio de muitas árvores, com um jardim lindo e florido, num pedaço de terra isolado...Não precisa ser numa ilha, como é no livro, pq tenho mais preferência pelo continente, terra, estabilidade. E a solidão, inegável, desde sempre comigo...Desde pequena sou assim, sozinha, por mais que as pessoas estejam à minha volta, e me acostumei com isso, tentei sanar com uma paixão, não deu certo. Minha companheira, minha guia, se não fosse a solidão não teria aprendido tanto, me refugiava nela para tentar compreender as pessoas, mas não tenho ninguém que possa me dizer se fiz certo, ninguém para dizer que precisa de mim, que eu não preciso mais ficar sozinha. Talvez por isso eu me veja sempre só no futuro, com algum amor no passado, sem filhos, só eu e meu recanto, eu e meus livros, minhas flores, o silêncio, a paz que tanto procuro, às vezes chego a pensar que uma companhia acabaria com tudo! Com o meu refugio e minha paz, mas é claro, eu nunca senti o ardor e a necessidade do ser amado na minha vida, se eu encontrasse um grande amor, talvez a falta dele neste recanto seria o fim de tudo... Suposições, sempre assim na minha vida, só suposições... Até^^

12/17/2006

Eu gostaria de colocar uns trechos de A Vagabunda, de Gabrielle Colette, mas acho que vou por um bem pequeno, pq não estou com muita vontade de escrever.

"(...)Fiquei sendo uma espécie de solteirona...Solteirona, que, como algumas delas, é tão apaixonada pelo Amor, que amor algum lhe pareceria suficientemente belo, e que recusa todos, sem qualquer explicação; são essas, que representam todas as ligações sentimentais imperfeitas e voltam a sentar-se à janela, debruçadas sobre a agulha, num eterno colóquio a sua incomparável quimera... Como essas, eu quis tudo; e um erro lamentável puniu-me."

Incrível como me identifique com muitas partes dsse livro, principalmente quando ela tocava na sua eterna solidão, no seu ganha-pão solitário, prezado acima de tudo, ela desistiu de um amor que a prenderia e mais tarde a sufocaria para continuar dançando em teatros, ganhando mal, mas alimentando-se com o fruto de seu trabalho...Mesmo com um futuro lamentável á sua frente, eu também deixaria esse amor, que me tiraria a liberdade, que me sufocaria como passar dos tempos, não teria coragem de viver o resto de minha vida ao lado de um homem, para privar-me da única coisa que prezo mais do que tudo, o direito de amar quem bem entendo, mesmo quebrando a cara, mesmo sofrendo. A perspectiva de uma união eterna me assusta, é por isso, acho, que por maior que seja meu amor um dia, não me deixaria levar pelo matrimônio, desprezo-o!

Amo com tanta força o Amor e a liberdade, que não conseguiria me prender a alguém e obrigá-lo a isso, além do mais, o casamento é para os que têm interesse e crêem numa igreja que não creio. Não acredito no "Até que a morte os separe", e não seria hipócrita a ponto de fazer tal juramento sob o teto de uma igreja.
E depois, acho que possuo o espirito de um desses solteirões, conquistadores baratos e aventureiros, não me prendo a ninguém, e pior ainda, não encontrei alguém a quem me apegar até agora...Nenhuma grande paixão...Talvez ...O futuro é que sabe de minha vida, por enquanto continuo minha busca, amando o Amor, em todas as suas formas, mas sem encontrá-lo em uma das mais bonitas... Quem sabe?...

Até