True Love
Lançava seu olhar aflito para o horizonte, esperando encontrar uma resposta para aquilo que sabia que estava dentro de si. Suas perguntas eram profundas aos seus olhos, e ao pronunciar as palavras sentia reverberar, vindo do abismo da sua existância, a resposta. Seria uma tendência natural do ser humano negar aquilo que não lhes é conveniente? Ouvia a resposta ecoando em seus ouvidos, levava as mãos à cabeça em uma atitude infantil, tampando-os como se o fato de rebelar-se pudesse negar os fatos ou a realidade.
Com seus olhos fechados tinha tudo que queria ao seu alcance, nada lhe era impossível, e quando esticava os braços à procura dos braços dela, encontrava suas mãos e os envolvia num abraço desesperado. Mas de olhos fechados o que podia ter era uma versão irreal de sua alma - uma versão nascida da adoração - e seu amor exigente, extremamente apaixonado pelo ser amado, era obrigado a rejeitá-la. Não era sua amada que segurava em seus braços, era uma criação cega. E seu coração a renegava, e ao renegá-la era obrigado - novamente - a abrir os olhos, para que pudesse ao menos ter a visão do sorriso - o sorriso verdadeiro - gravado em sua mente, e o brilho dos olhos, em sua alma.
09/2009
C.C.
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