Era por ser assim
Ou por querer qualquer coisa
Era por estar aqui,
ou por querer estar perto...
Não sei direito,
às vezes penso nisso.
No que era
No que foi
o que deveria ter sido...
Sei que o desespero é certo
Tão certo quanto a morte.
Sei que rezar não adianta nada
Que o pesadelo é real,
Nenhuma cruz o fará desvanecer.
Sinto essa espécie de ódio
ou raiva, não sei...
E é como se tivesse esquecido -
Mas só quando a luz está acesa.
Então apaguem o dia!
A lua brilha solitária,
em meio a um mar de estrelas...
Como seus olhos...
Também eles brilham solitários
Em meio a essa massa
de olhares opacos.
Não há olhos que brilhem como os seus...
Não há ódio que me afaste de ti.
Não há dor que me faça mais triste...
Não há esperança
que me faça sentir,
que você existe, só para mim.
C.C.
A Última Valsa
Por certo
perdi o juízo
E vejo estrelas
no céu em chamas
Vejo lágrimas
no espelho
e fotos
jogadas ao vento
Não há o hoje
quando perde-se
o ontem
Não há futuro.
A torre negra caiu
O anjo negro dançou
Era a valsa da derrota
A valsa da dor...
Eu via seus olhos
Via o medo
Vi tudo
e nada...
E ele dançava
como um rei
sem sua rainha
A valsa da perda
a valsa perdida
Ele dançava
girava na noite
sobre o sangue
sobre os ossos
Asas brancas
para uma alma negra.
Não há justiça
na guerra
Não há justiça
na morte
Valsa de despedida...
O corpo frio
banhado em sangue
valsava
loucamente
Valsa de despedida...
Uma alma
uma vida.
Não há razão.
Fomos todos condenados...
Mas só um perdeu a vida.
Um vendeu a alma.
O outro, vendeu o juízo.
Valsa de despedida
Chamas
lágrimas
sangue
música
A luz foi extinta
Rei sem rainha
amante sem amada.
Não há graça
ou beleza
na valsa
da destruição.
C.C.
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