7/18/2009

Pequena história

Olha, você vai por aquele caminho, não precisa ter medo. Vê? Sua mão está segura na minha, aperte firme, se isto te faz melhor, vamos, aperte... Eu estou aqui para te mostrar o caminho, não há nada a temer, juntos, seguiremos por esta estrada, e chegaremos ao nosso destino. E em todos os momentos eu estarei ao seu lado, eu irei segurar sua mão, e espantar seus medos, enxugar suas lágrimas, e se eu puder, e pode ter certeza de que farei o possível para que isto aconteça, eu te farei sorrir de novo, eu te farei feliz, e minha única recompensa, será ver seu olhar brilhante novamente...

C.C.

7/17/2009

Infância

"Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar...
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
Para o meu, para o meu amor passar
Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão...
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
Foi porque, só porque te quero bem."

Nenhuma música eu cantei mais nesta vida do que essa, tenho quase certeza.
Ela sempre me encantou, desde pequena, quando ouvia minha vó cantar...
E ainda hoje, quando a escuto, ou quando lembro dela, eu fico emocionada. Sempre tive o costume de tentar visualizar as histórias, com a música não é diferente. Por alguma razão, sempre achei essa música triste, e imaginava o anjo preso no bosque, e a moça da canção sonhando com ele. Nunca os vi juntos, foi sempre assim, ele no bosque, pensando nela, ela na janela de casa, pensando nele. É claro que sempre vejo a casa da minha vó, e imagino a rua da minha vó.
A vó que não vejo há tanto tempo... Nem sei mais quanto tempo.
Eu queria ter coragem de falar com ela. Queria que ela esquecesse o orgulho, queria que ela fosse minha vó de novo, aquela que cantava enquanto costurava, que fazia cafuné enquanto eu dormia, que sentia saudade, e vinha nos ver.

C.C.

7/15/2009

Tempo

É só a metade do ano, mas já aprendi algumas coisas... Boas ou ruins, não sei disso, só sei que a confiança é algo valioso e perigoso. Eu sempre pensei que todo mundo um dia encontraria alguém em quem pudesse confiar. A verdade é que só podemos confiar em nós mesmos.
Aqui eu declaro o fim de uma jornada. A jornada em busca da bondade, da lealdade, da amizade, do amor, do perdão, da compreensão, da confiança.
Chega uma hora que em que precisamos dar um tempo.
Eu preciso dar um tempo pra tentar consertar a bagunça na minha vida. Eu preciso de um tempo longe da estrada, longe.
Como um eremita, funciono melhor no exílio. Eu nunca deveria me esquecer disso.

C.C.

7/11/2009

O de sempre.

Quando eu estiver a alguns anos à frente, e olhar para trás, verei estes dias com saudade. Um sentimento diferente, não sei ainda qual... Alegria, tristeza, nostalgia, e dependendo do rumo que minha vida tomar, talvez eu sinta um pouco, ou muita dor.
Os dias passam e eu digo para mim mesma que são iguais aos de qualquer outro.
Não tenho muita certeza, mas tento me convencer, de qualquer forma.
É por isso que tento escutar o que as pessoas têm a dizer, para saber como suas vidas foram, como são.
Para saber se só a minha é assim.
Eu não tomo as decisões, eu não peço, não escolho, as situações simplesmente surgem no meu caminho... Coisas que vejo em filmes, em seriados, parecem ser comuns, mas não são.
Por isso nunca penso muito além no meu futuro, não tento saber ou programar o que vai ser, como vai ser. Eu tenho minhas ideias, alguns planos, sonhos que eu gostaria de realizar, mas tenho experiência o suficiente desta vida pra saber que tudo pode mudar de uma hora para a outra.
Nunca sei o que vai acontecer, onde vou chegar.
Eu escolho um caminho diferente um dia e dou de cara com uma pessoa que vai mudar minha vida. Estou falando de algo que acontece aqui dentro, e só eu sinto.
Penso nos meus dias, nos meus pensamentos, e lembro do Raul. "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante."
Prefiro? Não. Apenas sou.
Um período de mesmice seria muito agradável agora. Não aguento todos esses acontecimentos, um atrás do outro, quando você pensa está se acostumando BUM!
BUM! BUM! BUM! BUM!
Assim têm sido estes últimos anos.
Eu ainda estou aqui. Não são minhas atitudes que me afetam, e sim a dos outros, não é incrível?
Será que sou muito sensível? Perceptiva talvez, mas nem sempre.
Eu ainda estou aqui.
É bom saber da dor alheia? O que uma pessoa pode estar sentindo, perceber que ela está sofrendo somente ao fitar seus olhos.
Não quando você não pode fazer nada além de se angustiar.
E quantas vezes eu quis estar errada, e fechei os olhos...
É bom fingir que não é verdade. Dói menos.
Às vezes eu queria ser mais insensível. Como não consigo, prefiro ser egoísta.
Por que é nisso que me torno ao fechar os olhos.
Egoísta.
Minha angustia causada pela sua dor, detesto me sentir angustiada, fecho os olhos e vejo minhas dores, penso nas minhas dores, as suas somem, não existem mais diante do meu EU sofredor.
Não me sinto mal a respeito disso, apesar de tudo. Deveria? Não sei.
Quando decidem mostrar suas lágrimas, expor seus medos, eu estou lá. Não forço ninguém a dizer o que há de errado, detesto que façam isso comigo. Quando eu tiver que falar, irei falar. E quando quiserem falar, eu estarei ouvindo.
Eu queria encontrar alguém como eu, para que eu pudesse falar quando preciso falar. Acho que essa é a minha busca. Não é uma resposta, ou uma pergunta. Nem A verdade, ou Deus. Por que o que busco está nos Homens, e é a sua humanidade.

A esperança que tenho é a de que não seja uma busca perdida. Eu vejo vislumbres dela na maioria das pessoas, e isso me deixa feliz, me faz seguir em frente. Alguns podem me achar besta, mas eu acredito...
E acredito por que amo as pessoas, e as amo não por suas qualidades, por suas fraquezas ou por seu brilhantismo, eu as amo por que em algum momento eu vi sua humanidade, e foi o suficiente. Eu as amo por que acredito nelas, mesmo que tenha só esse "pequeno" motivo.
Para mim, é o que basta. Algum dia vou encontrar essa pessoa, que busco em todas que cruzam meu caminho. E pode ser a qualquer momento, em qualquer lugar.

C.C.

7/03/2009

Nature Boy

Nat King Cole
Composição: Eden Ahbez

There was a boy
There was a boy...

A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A little shy and sad of eye
But very wise was he
And then on day
A magic day he passed my way
And while we spoke of many things
Fools and kings
This he said to me

The greatest thing you'll ever learn
Is just to love and be loved in return...

7/02/2009

Reflexions

Se nada acaba, eu faço chegar ao fim.
Se tudo acaba, eu faço durar eternamente.
Se a vida é triste, eu te faço sorrir.
Se a vida é bela, eu te mostro sua face solitária e triste.
Eu te mostro o mundo como ele é, e te mostro o mundo como eu o vejo.
Mostro o que você vê, e mostro o que deveria estar vendo.
Por que eu vejo seus medos, sua verdade e sua alegria.
Por que vejo sua alma tão claramente quanto água cristalina.
Por que sinto sua dor e compartilho da sua vitória.
Por que estou dentro de você, por que sou parte da sua alma e faço parte de tudo.
Eu vejo o mundo como ele é, e o transformo conforme meu desejo.
Eu o transformo para que seja feliz, eu o transformo para que veja minha dor, eu o transformo, para que entenda que só depende de nós.