"Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava ladrilhar...
Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante
Para o meu, para o meu amor passar
Nesta rua, nesta rua tem um bosque
Que se chama, que se chama solidão...
Dentro dele, dentro dele mora um anjo
Que roubou, que roubou meu coração
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
Tu roubaste, tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
Foi porque, só porque te quero bem."
Nenhuma música eu cantei mais nesta vida do que essa, tenho quase certeza.
Ela sempre me encantou, desde pequena, quando ouvia minha vó cantar...
E ainda hoje, quando a escuto, ou quando lembro dela, eu fico emocionada. Sempre tive o costume de tentar visualizar as histórias, com a música não é diferente. Por alguma razão, sempre achei essa música triste, e imaginava o anjo preso no bosque, e a moça da canção sonhando com ele. Nunca os vi juntos, foi sempre assim, ele no bosque, pensando nela, ela na janela de casa, pensando nele. É claro que sempre vejo a casa da minha vó, e imagino a rua da minha vó.
A vó que não vejo há tanto tempo... Nem sei mais quanto tempo.
Eu queria ter coragem de falar com ela. Queria que ela esquecesse o orgulho, queria que ela fosse minha vó de novo, aquela que cantava enquanto costurava, que fazia cafuné enquanto eu dormia, que sentia saudade, e vinha nos ver.
C.C.
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