7/11/2009

O de sempre.

Quando eu estiver a alguns anos à frente, e olhar para trás, verei estes dias com saudade. Um sentimento diferente, não sei ainda qual... Alegria, tristeza, nostalgia, e dependendo do rumo que minha vida tomar, talvez eu sinta um pouco, ou muita dor.
Os dias passam e eu digo para mim mesma que são iguais aos de qualquer outro.
Não tenho muita certeza, mas tento me convencer, de qualquer forma.
É por isso que tento escutar o que as pessoas têm a dizer, para saber como suas vidas foram, como são.
Para saber se só a minha é assim.
Eu não tomo as decisões, eu não peço, não escolho, as situações simplesmente surgem no meu caminho... Coisas que vejo em filmes, em seriados, parecem ser comuns, mas não são.
Por isso nunca penso muito além no meu futuro, não tento saber ou programar o que vai ser, como vai ser. Eu tenho minhas ideias, alguns planos, sonhos que eu gostaria de realizar, mas tenho experiência o suficiente desta vida pra saber que tudo pode mudar de uma hora para a outra.
Nunca sei o que vai acontecer, onde vou chegar.
Eu escolho um caminho diferente um dia e dou de cara com uma pessoa que vai mudar minha vida. Estou falando de algo que acontece aqui dentro, e só eu sinto.
Penso nos meus dias, nos meus pensamentos, e lembro do Raul. "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante."
Prefiro? Não. Apenas sou.
Um período de mesmice seria muito agradável agora. Não aguento todos esses acontecimentos, um atrás do outro, quando você pensa está se acostumando BUM!
BUM! BUM! BUM! BUM!
Assim têm sido estes últimos anos.
Eu ainda estou aqui. Não são minhas atitudes que me afetam, e sim a dos outros, não é incrível?
Será que sou muito sensível? Perceptiva talvez, mas nem sempre.
Eu ainda estou aqui.
É bom saber da dor alheia? O que uma pessoa pode estar sentindo, perceber que ela está sofrendo somente ao fitar seus olhos.
Não quando você não pode fazer nada além de se angustiar.
E quantas vezes eu quis estar errada, e fechei os olhos...
É bom fingir que não é verdade. Dói menos.
Às vezes eu queria ser mais insensível. Como não consigo, prefiro ser egoísta.
Por que é nisso que me torno ao fechar os olhos.
Egoísta.
Minha angustia causada pela sua dor, detesto me sentir angustiada, fecho os olhos e vejo minhas dores, penso nas minhas dores, as suas somem, não existem mais diante do meu EU sofredor.
Não me sinto mal a respeito disso, apesar de tudo. Deveria? Não sei.
Quando decidem mostrar suas lágrimas, expor seus medos, eu estou lá. Não forço ninguém a dizer o que há de errado, detesto que façam isso comigo. Quando eu tiver que falar, irei falar. E quando quiserem falar, eu estarei ouvindo.
Eu queria encontrar alguém como eu, para que eu pudesse falar quando preciso falar. Acho que essa é a minha busca. Não é uma resposta, ou uma pergunta. Nem A verdade, ou Deus. Por que o que busco está nos Homens, e é a sua humanidade.

A esperança que tenho é a de que não seja uma busca perdida. Eu vejo vislumbres dela na maioria das pessoas, e isso me deixa feliz, me faz seguir em frente. Alguns podem me achar besta, mas eu acredito...
E acredito por que amo as pessoas, e as amo não por suas qualidades, por suas fraquezas ou por seu brilhantismo, eu as amo por que em algum momento eu vi sua humanidade, e foi o suficiente. Eu as amo por que acredito nelas, mesmo que tenha só esse "pequeno" motivo.
Para mim, é o que basta. Algum dia vou encontrar essa pessoa, que busco em todas que cruzam meu caminho. E pode ser a qualquer momento, em qualquer lugar.

C.C.

1 comment:

  1. Não podia deixar de comentar esse texto.
    Muito bom cau, acho que um blog como o nosso onde apenas falamos de nos mesmos é a melhor maneira de descobrir que as coisas mudam.

    Existe um ditado que eu "criei" que diz assim:

    A melhor maneira de transcender a condição humana é vivendo-a em toda sua plenitude.

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