Sair de mim, dar um tempo. Minha habilidade de defesa é maravilhosa. Ainda não sei como apertar o botão, nem onde ele está. Parece um dom, e eu não o desprezo. Este dom que me mantém à salvo quando tudo está por um fio. Este dom que me faz olhar para o céu azul num dia de inverno, e admirar as cores do mundo. Este dom que me leva para longe do meu poço de auto piedade. Ele me empurra para fora quando chego no fundo, impede que me afogue em lágrimas.
O dom que me faz olhar para tudo com estes olhos de curiosidade inocente. Desfaz o aperto no peito e coloca um sorriso no meu rosto.
Alguma coisa deveria me incomodar, algo que este dom faz com que pareça um sonho meio esquecido. Sei que está lá, mas não penso sobre isso, não tem importância. O que importa é o morro verde contra o céu azul, a folha caindo no chão, o vento tocando meu rosto. O que importa é esta vontade de ficar aqui, de esquecer do almoço, esquecer da vida. Tenho este dia para mim, esta tarde para ser nada, só pensamentos e palavras, divagações rasas sobre uma idéia que pode ser boa. Só o que importa é ficar olhando para o nada, transformo meu corpo no receptáculo de uma mente em expansão.
A música é boa, não quero saber o que a letra diz, quero sentir a melodia.
Interpretações não têm lugar neste dia governado pelo Dom.
C.C.
TRANSFORMO MEU CORPO NUN RECEPTÁCULO DE UMA MENTE EM EXPANSÃO!
ReplyDeletelindo isso cau lindo.
put tears in my eyes.