9/06/2009

Reflexos

Eu não consigo esquecer que dentro de mim mora uma parte que é sua.
Quando há tanto tempo eu olhei para o céu e pedi que você viesse, a lua deveria ter-me dito naquele momento que não adiantaria.
Há uma promessa quebrada em meu peito, que abafa minha respiração, acelera meu coração e me transforma nos momentos em que a esperança era mais forte que a realidade, e sentindo seu toque, eu sabia que era real. Estávamos fadados um ao outro.
Transporto meu ser pelo espaço-tempo e sinto seu cheiro invadindo minha mente, movendo meus olhos para onde estavam os teus.
A lua deveria ter-me dito. Eu teria então chorado ante sua luminosidade impiedosa. Nada me impediria de seguir em frente, mas ao menos eu teria o aviso de alerta em minha mente a cada volta à realidade, eu teria a lembrança da Senhora da noite a fitar-me com olhos de pena e a dizer-me que tudo seria em vão.

Hoje olho para o céu e sei que ela tentou avisar-me. Mas fechei meus olhos. Fechei-me inteira ante qualquer possibilidade de perder-te. Mas a brisa sussurra em meus ouvidos que não podemos perder aquilo que nunca tivemos.
Em meu mundo você ainda é luz. Mas meu coração sabe que tal qual a lua, sua luz é inatingível, e a aceito como guia, iluminando minha escuridão.

C.C.

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