Sentia a vontade de renascer crescendo, como uma luz que saísse de dentro para fora, iluminando a escuridão em que se encontrava. Sentia o chamado do mundo, de almas que buscavam a sua, de olhares que tocavam o seu. Outras vidas batendo à porta de sua fortaleza em ruínas, ela sentia que era hora de dar um passo adiante, e deixar o passado atrás de si, com todas as lembranças, com todas as tristezas, e carregar consigo somente as risadas e o vento batendo no rosto, o toque, o brilho dos olhos, da alma.
Foi, um pé na frente do outro, reaprendendo a andar, sem a influência, tentando reestabelecer a independência. O sol iluminou seus olhos e o vento balançou seus cabelos. Longe do sorriso, do cheiro, ela sentiu a grama sob seus pés e correu descalça, cheirando flores, admirando pássaros, fitando o por do sol. Uma sensação de liberdade aflorou, e ela sorriu.
A cada passo a distância aumentava, e um dia, de repente, a saudade insinuou-se em seus sonhos, e sentiu falta.
Os olhos que decidira abandonar voltaram para lhe dizer que sentiam saudades, e o sorriso iluminou-se para prendê-los em um abraço de almas. Almas que se entendem, que se complementam... Almas que sofrem.
E lá estava novamente, em sua fortaleza semi-destruída, seguindo um pequeno faixo de luz, tentando reencontrar o caminho para a liberdade.
Novamente, um passo de cada vez.
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