11/02/2011

Quando temos uma visão da realidade

É muito bonito falar de amizade como se fosse a coisa mais importante do mundo e na hora em que uma pessoa precisa do seu apoio, ao invés de demonstrar compreensão, você exigir ainda mais dela.

Meus amigos, meus verdadeiros amigos, são aqueles que não estão ao meu lado o tempo todo, aqueles que mal tenho tempo para ver ou falar, aqueles que às vezes nem sabem o que está acontecendo na minha vida no momento, mas que quando nos encontramos novamente colocamos tudo em dia e a mera presença um do outro é motivo de alegria.
São aqueles que ao invés de me cobrar tempo, pensam em mim quando não estamos juntos e rezam para que esteja tudo bem, e para que possamos nos encontrar em breve, para que ele possa contar aquilo que despertou sua lembrança. Amigo de verdade é aquele que ao invés de exigir, lembra com carinho.

Amigo de verdade você só percebe que tem quando passa um ano sem saber um do outro e quando se reencontram o abraço que trocam e a alegria nos olhos são sinceros.

Algumas pessoas precisam ainda passar por muita coisa na vida para entender o verdadeiro significado da amizade, ao invés de ficar cobrando de alguém algo que nem ao menos sabem o que é.

Fiz meu último esforço ontem, hoje conversei com alguém que já viveu muito mais que eu e percebi que eu talvez pudesse até estar errada, mas com certeza um amigo de verdade ao invés de me acusar sem querer saber dos meu motivos teria antes se preocupado comigo e tentado conversar para saber o porque de minhas atitudes.

Quando precisei quem me apoiou foi aquele que disseram que seria apenas passageiro, enquanto amigos são para sempre. Então aqui devo fazer uma ressalva - amigos de verdade são para sempre, e de fato, estes se mostraram solidários e permaneceram ao meu lado.

Não estou em condições de querer agradar a todos, ou de me doar a todos. Estou fraca e cansada. Neste momento preciso pensar em me curar e em recuperar minhas energias. Retiro-me do jogo neste momento. Sei que aqueles que realmente me amam e se importam comigo irão entender e permancer ao meu lado. Não preciso mais do que isso.

C.C.

PS: O jasmineiro está com botões *-*

9/03/2011

Os sinos bradam

Os sinos bradavam e ela sabia que era hora. Já sentia o anúncio da música que viria dentro de si há muito tempo, e tentando ignorar os sinais, ela continuava no mesmo caminho, esperando.

Ao longo da estrada encontrou o que achava ser o sinal para continuar, mas o sinal era sempre uma esperança frustrada. Ela sabia que o que sentia não vinha de fora. Estava dentro dela, sempre.

Não culpava ninguém, nem o poderia. Não havia um culpado senão seu "sangue".

O tempo continuou passando e ela continuou andando. Ignorando os tropeços, ignorando obstáculos, ignorando a ausência, ignorando o som dos sinos que se tornava cada vez mais alto à medida que ela avançava.

E cada vez mais alto, cada vez mais alto, na tentativa desesperada de ignorá-los, não percebeu quando se desviou de seu caminho, um desvio muito sutil, que a levava direto para o som dos sinos.

Mas agora ela percebe que não está mais onde deveria estar, e que o som dos sinos não vinha de um lugar á frente, ele vinha de dentro. Já não tem mais coragem para ignorá-lo, sabe que a hora chegou, e aguarda.

8/22/2011

Enquanto isso, num banco do CTC

Segunda-feira.

Vento, chuva, frio. Muito frio. Ela está fadada a ficar num banco de um prédio de salas de aula em algum lugar da universidade, pois não há biblioteca. Tem muito barulho e nenhum conforto. A aula começa às 20:00, ainda falta uma hora. Quais as condições necessárias para um estudo de qualidade? Em primeiro lugar, um ambiente onde haja um mínimo de silêncio e conforto. Uma mesa ou uma cadeira já são o suficiente. Mas as salas estão ocupadas neste prédio, e no prédio no qual ela poderia ficar (o seu centro) as salas são trancadas à noite.

Greve.

Não aguento mais. Como alguém vai traçar gráficos sentado num banco??

Eu...Só queria um lugar decente pra estudar, já que é só o que faço da minha vida. É pedir demais?

C.C.


7/03/2011

Nina's dream

Era tarde e ela dormia tranquila em sua cama. As portas da casa estavam inquietas e as janelas rangiam em suas dobradiças. O vento agitava o mundo fora de sua casa, revirando latas e garrafas nas ruas, arrancando telhados de casas frágeis, levando terra pelas ruas e açoitando tudo e todos que entravam em seu caminho.

Nina nada via, Nina nada ouvia. Imersa em um mundo tranquilo onde apenas uma leve brisa brincava com seus cabelos, ela corria risonha por pastos verdes enquanto perseguia amigos que existiam apenas em seus sonhos. E quando acordava, Nina chamava por eles, enquanto a tempestade que assolara o mundo à noite, assolava agora os verdes pastos de seus sonhos.

C.C.

27/06/2011

6/18/2011

O Reflexo na janela

Abriu o caderno e recebeu o olhar reprovador das palavras e cálculos ali gravados. Ouviu a voz de sua consciência lhe dizendo que era hora de começar a estudar. A sala estava vazia, a não ser por ela. O prédio onde estudava na universidade de sua cidade era velho e tinha uma estrutura precária. A maioria dos estudantes da faculdade tinha medo de passar por ele, principalmente à noite, e o chamavam de Labirinto. Suzane já estava acostumada com seus corredores e voltas, e já não entendia o porque de o chamarem de labirinto. Mas à noite, ela também sentia medo. Sozinha na sala, preocupada com a prova da semana seguinte, ela ouvia os passos de alguns estudantes do período noturno passando pelo corredor, e a voz de um professor na sala ao lado. Percebeu que reconhecia a voz do professor, ele lhe dava aula também. As letras de seu caderno continuavam a lhe enviar olhares reprovadores, Suzane já não lhes dava importância, estava pensando em como estava cansada de estar ali, cansada de estudar, cansada da faculdade, cansada dos amigos, cansada. Olhou para o quadro negro e percebeu um movimento próximo à janela. Estava escuro e frio na rua. Mas não havia nada lá. Uma janela estava aberta e as cortinas de material pesado oscilavam vagarosamente, quase que imperceptivelmente, com o vento noturno. Uma das integrais lhe lançou um olhar zangado, Suzane voltou sua atenção para o caderno novamente.

Como era fácil se perder em um detalhe quando sua mente estava longe. Uma aula havia terminado e os alunos saiam da sala fazendo barulho. Suzane não conseguira progredir ainda em seu estudo. Recostou-se na cadeira e soltou um suspiro longo. Suas costas doíam. Estava sentindo uma dor localizada já desde o inicio da semana, no dia anterior nem conseguira se movimentar direito. Cansada, começou a massagear o local dolorido, com os olhos fechados, seus ouvidos captavam os sons do ambiente ao seu redor. Vozes, passos, pequenos movimentos nas salas próximas. Abriu os olhos e novamente percebeu um movimento próximo à janela. Não havia nada. Com o reflexo das lâmpadas não conseguia ver a rua direito, somente a sombra de uma árvore. Tosse, espirro, cortina. O corredor estava mais silencioso agora e ela podia ouvir outros ruídos dispersos. Ajeitou-se na cadeira, ignorando a integral dupla que naquele momento cochichava com sua amiga logo à frente e apontava um dedo acusador para ela. Suzane não lhe deu atenção, sentia agora uma espécie de opressão no peito, uma espécie de desconforto com o silêncio que reinava no corredor talvez. Decidiu dar mais uma chance para as integrais duplas que já haviam decidido que ela era um caso perdido e davam de ombros, olhando para os lados. Mais uma ondulação nas cortinas. Suzane as encarou. Percebeu então que aquele sentimento de desconforto estava aumentando, olhou para suas coisas sobre a mesa e começou a guardá-las, mesmo achando-se patética por ainda sentir medo depois de quatro anos estudando no prédio. Uma cadeira rangeu na outra sala e seu coração deu um salto, olhou para o lado para atestar a si mesma o quanto era ridícula aquela situação, e engasgou-se com uma risada que ficou presa em sua garganta. Havia um rosto a encarando na janela. O susto foi tanto que Suzane não conseguia se mover ou falar, e enquanto tentava retomar os sentidos viu um olho piscando para ela no reflexo do vidro. Ele a encarava de uma classe próxima à janela. Não havia ninguém sentado ali. Em pânico, Suzane fechou o caderno na cara das integrais que não estavam entendendo o porque de todo aquele alvoroço, enfiou suas coisas de qualquer jeito na mochila e saiu desabalada pelo corredor, segurando-se para não correr, sentindo o coração quase sair pela boca.

Na sala, o reflexo do vidro olhava desolado para a porta aberta, sem entender o que havia acontecido.

C.C.

6/03/2011

Escritos no guardanapo impermeável

Ele mudava suas convicções, ela não as entendia. Estavam cansados, os dois, mas só um deles deixava transparecer toda a insatisfação que os envolvia. Todos os dias, o sol o fazia querer parar. Olhava para os lados, e nas ruas apinhadas de gente, não via um semelhante sequer.

Ela preferia as lojas e os centros, mesmo sentindo-se sozinha. A imperfeição e ignorância das pessoas que a cercavam eram só o que conseguia elevar seu ego naqueles dias. Ela não se importava.

Quando também o diálogo acabou ele preferiu sair de casa. Ela não aceitou.

Carregando suas vidas infelizes em suas costas, um dia seu carro derrapou na estrada enquanto se dirigia para um encontro com seu amante, e finalmente os libertou.

C.C.

4/23/2011

Vida louca

Eu não tenho mais tempo para escrever, e isso é triste. Entro aqui todos os dias e sinto um peso no coração por ver o blog que cuidei por tanto tempo meio abandonado. Faço o que posso para tirar as teias de vez em quando, mas a preocupação com a faculdade e com o pouco tempo que me resta e as muitas matérias que faltam me impedem de ter esse tempo. Esse tempo de reflexão que muitas vezes me trouxe até aqui. Essa vida louca sai nos atropelando e a gente nem se dá conta do que fica pra trás na ânsia de não se deixar ser pego. Eu penso nisso, no que está se perdendo, no tempo de folga da minha mente quando estou presa em uma fila no trânsito. Recuso-me a estudar nestes momentos, pelo menos na hora da fila minha mente deve estar livre para ir onde quiser. Mas tão logo desço do onibus já sou carregada por uma maré de gente, e tenho que seguir em frente.

Meus dias se transformaram numa rotina; as estantes da biblioteca setorial, as mesas, as bibliotecárias (que já me conhecem o suficiente para me expulsar de lá), os caminhos sempre iguais dentro da universidade. Por falta de tempo não me atrevo nem mais a ir a outros lugares lá dentro, ainda bem que desbravei boa parte do terreno nos tempos de caloura. E quando penso nisso, parece que nem faz tanto tempo assim... Mas faz, não faz? Em quatro anos tanta coisa mudou... Principalmente eu.

Mas a loucura da vida continua a mesma como sempre foi, e algo me diz que só tende a piorar. Então de vez em quando eu fecho os olhos, paro o que estou fazendo (seja o que for), e sinto o agora, o ambiente à minha volta, as pessoas ao meu redor, o céu, o vento, o som da vida que me cerca. Só assim eu posso continuar. Se eu tiver estes momentos sentindo a vida dentro de mim, por mais louca que ela seja, então as coisas fazem sentido novamente, e eu posso me juntar à loucura do mundo outra vez.

C.C.

4/17/2011


Retornando à época de Camelot, onde a mágica se misturava com mitos e a honra vencia a brutalidade. A época dos verdadeiros Cavaleiros, que protegiam seu povo. A época de um rei que se preocupava com seu reino.
Minha lenda preferida retorna para as telas em Camelot, produzida pela Starz.

E mesmo sendo representada como Bruxa (e não como a fada e Senhora do lago de As Brumas de Avalon), a Morgana continua sendo minha personagem preferida *-*

C.C.

3/19/2011

Saudade


Tardes assistindo séries e filmes, um piquenique no quintal, manhãs e noites cheias de histórias, um cafuné.

Sinto saudade das suas loucuras e invenções malucas, saudade de fazer companhia na cozinha e até de dormir na sua cama quando víamos filmes de terror à noite.
Saudade de mimar minha maninha.
Saudade do seu baurú.

C.C.

3/06/2011

As cidades das nuvens

Hoje olhei pela janela e vi nuvens brancas e fofas baixas no horizonte, num tom amarelo pálido de crespúsculo. Lembrei de quando era criança e costumava passar as tardes em cima de uma goiabeira no quintal de casa, olhando para o céu e imaginando que haviam cidades escondidas por trás das nuvens, e que se olhássemos com cuidado, era possível ver o topo de uma torre e um pássaro saíndo dela. O pássaro hoje eu vi, mas o topo das torres já devem estar perdidos pra mim. E eu costumava vislumbrar alguns naquelas tardes de verão...

C.C.

2/20/2011

Cegueira auto induzida

O que me espanta é esta capacidade incrível que algumas pessoas têm de sempre se transformarem em vítimas. A distorção que conseguem fazer de uma frase, uma palavra, de conseguirem transformar dois em vinte, agora em ontem, sai em fica. Pessoas que olham tanto para o próprio umbigo que não conseguem perceber que o mundo não gira ao redor delas, e que os outros também sentem. Pessoas que são, na melhor definição da palavra - Cegas!

Vivem num mundo próprio e tentam a todo custo trazê-lo para aqueles que estão à sua volta. Então tudo é a respeito deles, e sua forma de viver e de pensar é a certa; não há necessidade de mudança - a não ser a mudança necessária para que os resto do mundo se adeque à sua maneira de viver.

Eu me espanto, porque nada do que seja dito será ouvido; as palavras parecem sofrer uma mutação durante o caminho até seus ouvidos e tomam outro significado.

Eu me espanto, porque não adianta quantas vezes alguém tente lhes estender a mão, essa mão ficará vazia, porque o Cego simplesmente não a enxerga - não quer enxergar.

Espanta-me infinitamente, porque não há nada que se possa fazer, não há nada que se possa dizer; é como tentar argumentar com uma porta! E aquele que tenta ajudar fica eternamente com a mão estendida, à espera - assistindo de camarote o desenrolar de um drama que nunca tem fim, e que só existe na mente do Cego. Onde o Cego se torna rei, propagador do caos, escravo de sua própria dor e mestre de sua agonia. O Cego causa sua própria ruína por simples medo de abrir os olhos.

C.C.

Trovas

De amor... Amor é infinito!
Do encanto do seu poder,
Tanta se tem dito!
- E há tanta coisa a dizer...

Para matar as saudades,
Fui ver-te em ânsias, correndo...
- E eu que fui matar saudades,
Vim de saudades morrendo...

Tu censuras de minha alma,
Esse alvorôço, esse ardor!
- Quem tem amor, e tem calma,
Tem calma... Não tem amor...

Adelmar Tavares

C.C.

2/12/2011

Divagações

Só a partir da compreensão é que podemos começar a entender e aceitar as coisas. Eu não sei o quão baixo tive que descer para conseguir subir novamente, mas tenho e impressão de que se cavei o fundo do poço, não foi muito, só o suficiente para me colocar de pé. Talvez algumas pessoas tenham mais predisposição que outras para seguir em frente. Eu sei que todo mundo sofre, sei que a dor de ninguém deve ser menosprezada ou diminuída, quem pode sentir por você? Só você sabe o tamanho da sua dor. As pessoas falam tanto que o mundo é um lugar horrível, um inferno, que o ser humano é desprezível. Mas isso é o que elas vêm e sentem, ou é só o que elas querem ver? O reflexo do que existe dentro de nós. Eu sei o quão cruel posso ser, o quão arrogante e egoísta. Sei que se não me ativesse a meus valores e princípios, poderia ter me tornado um pessoa mesquinha e egoísta, sem qualquer sentimento verdadeiro por alguém. Mas acima de tudo, sei que ainda posso me transformar nesta pessoa. É uma luta diária; todo dia eu faço a minha escolha, todo dia eu penso no que é bom. Todos os dias eu escolho o amor ao invés o ódio, a esperança ao invés do desespero, viver ao invés de simplesmente existir. Minha vó me disse hoje uma coisa que já li há muito tempo e fiz questão de guardar comigo: Quanto mais conhecimento nós temos, maior se torna nossa responsabilidade - não só perante nós, mas perante o resto do mundo.

C.C.

Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente ... e não a gente a ele! - Mário Quintana

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor
,
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.

Mário Quintana

C.C.

1/22/2011

Constância

Não seriam necessárias as nuvens negras pesando sobre nossas cabeças, despejando uma chuva fina sobre nossos ombros. A tempestade estava anunciada ainda antes, quando o sol reinava solitário no céu azul.
A brisa era leve, morna, mas o vento que nos açoitaria vinha junto, ainda fraco e sussurrante.
O que desencadeia o caos? A calmaria deveria ser o aviso que todos deveríamos notar, mas que ninguém percebe. O silêncio e os olhares mudos já revelam a escuridão que se aproxima. Para poucos observadores - os atentos - meros sinais são o suficiente. Eu já esperava.
Se alguém me perguntasse "Está tudo bem?" Eu responderia "Tudo ótimo."
A troca de corpos e de motivos não são motivo para acabar com a indiferença que tanto tempo levei para alcançar.
"Mas você não se importa?"
Eu deveria?
Quando você percebe que todo ano chove na mesma época, você se surpreende quando a chuva vem?
Quando você percebe que toda flor nasce em determinada época, você se surpreende quando o botão aparece?
Não. Você até mesmo espera por isso.
Você sabe que vai acontecer.
Da minha parte só tenho isso a dizer: Eu já sabia.
Mas a verdade é que daria tudo para ter uma surpresa.

C.C.

1/21/2011

Remember

Mais um vídeo do Samuel, com sua mais nova composição - Remember =D

Eu gostaria muito de ver as músicas dele executadas por uma orquestra, então por favor, assistam ao vídeo no youtube também (vou deixar o link aqui) =D

Muito obrigado e aproveitem!!

Vídeo no youtube

C.C.

PS: Se gostarem, podem espalhar por aí!

1/03/2011

The Sevehr Song

Faz um tempo postei aqui um texto, e disse que era inspirado em uma música que um amigo meu compôs. Finalmente ele colocou a música à disposição no youtube, então, finalmente posso colocá-la aqui!

Vou colocar o texto também, e se você tiver um tempinho, leia ouvindo a música =D

Ele sentou-se em frente ao piano, e seus dedos começaram a percorrer as teclas lentamente enquanto ele fitava o céu azul e as ondas que iam e vinham. Seus dedos agitavam-se; fechou os olhos e curvou-se sobre o piano. A música emanava dele, seu coração batendo mais depressa, e a espera, a procura saíndo de sua alma e transbordando em seu peito, transformando-se em notas que ecoavam pela praia deserta, espalhando-se pela areia e tocando as ondas - o som parecia atraí-las. A brisa suave agitava as folhas de uma árvore próxima e nuvens encobriam o céu. Como se o mundo quisesse unir-se à sua dor, o som ganhava vida, o mar rugia, o vento furioso agitava seus cabelos e nuvens escuras agitavam-se sobre o mar, misturando-se com as ondas que avançavam sobre ele. A música parecia abarcar tudo à sua volta, e quando seu peito explodiu em lágrimas, o céu chorou, derramando uma tempestade sobre o mar, lavando seu rosto, e sua alma. Ele tocava com uma paixão profunda e a intensidade de seu pesar transformava o tempo e o espaço, invocando imagens e lembranças que ganhavam vida em seus dedos.
O riso, o toque, os olhos claros e brilhantes...
Aos poucos, a tempestade foi acalmando, dando lugar a uma chuva fina e fria que corria por seu rosto. A face agora voltada para o horizonte, e os olhos fechados abriam-se vagarosamente, como o sol que voltava a surgir por entre as nuvens. Os olhos abertos fitando o horizonte; nas ondas a luz do sol refletia e se espalhava, sentiu o calor tocando seu rosto. A música foi diminuindo e as ondas, agora mais calmas, pareciam um espelho refletindo o céu claro e rosado. Seu coração começou a bater mais devagar, à medida que as notas diminuíam, e a música cessou assim que o sol se escondeu atrás do horizonte.
A brisa voltou, suave, e o barulho do mar parecia um sussurro em seus ouvidos. Olhando para a lua, seu brilho parecia dizer:"Decifra-me, ou devoro-te," e pensou, enxugando uma última lágrima, que era o mesmo que lia em seu olhar.

*Publicado originalmente em 08/08/2009


Vídeo no Youtube

C.C.