Despedida
Não era chuva, mas seu rosto estava molhado. Tanto havia para dizer, mas estava muda. Não poderia falar, o silêncio era só o que restava agora... E a sensação de que não havia... nada.
Um passo, era preciso seguir em frente. Deixar para trás a única coisa pela qual lutou. Deixar para trás o único motivo de levantar, de mantar-se de pé, de sentir-se viva.
E pra quê?
Por que chorar sangue, por fazer o que se é preciso. Por que deixar um pedaço de si em um lugar onde ninguém vai sentir falta... Mas levá-lo, é impossível, pois não pertence mais a você.
E apenas ser agora, e para o resto de seus dias, esse pedaço de carne ambulante, mutilado. Agora e para sempre, um corpo oco, a lembrança de um ser que um dia sentiu que era "alguém", mas já não é mais nada.
E o tempo todo, o sussurro mudo: Não me deixe...
C.C.
No comments:
Post a Comment