11/02/2009

Reflexos

Era como se chovesse dentro do meu peito... Aquela chuva morna de verão, que deixa as crianças eufóricas, brincando e correndo, encharcadas; sorrisos, gritos e palhaçadas. Era como se a primavera espalhasse dentro do meu peito o cheiro de jasmim, com sua brisa suave, os pés descalços na grama, e à minha frente um campo de flores silvestres.
Era como se o mar cobrisse minha alma com suas ondas, num movimento lento e harmonioso, num dia ensolarado de verão, com o céu azul enfeitado com nuvens brancas e fofas.
E com meus olhos fechados, parecia uma noite estrelada, com uma orquestra de cigarras e zumbidos embalando meus sonhos. E um vento leve soprando em meus ouvidos uma canção de ninar.
E eu podia andar descalça pela areia branca, ou correr sobre a grama molhada, nossas mãos entrelaçadas, nosso riso alegre, despreocupado, nossa alma plena.
E mesmo quando parecia que era outono em meu peito, com as folhas caindo vagarosamente até o chão, tinha aquele céu azul limpo, e o sol brilhava, radiante, dentro de mim.
E era como se cada segundo, durasse uma eternidade...

C.C.

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