12/11/2008

Contos do Reino das trevas

O deserto da desolação

A batida descompassada de seu coração, acompanhada por um leve tremor em seus dedos, fez cessar a música. Hamon tinha os olhos vermelhos e as mãos tremulas, seu corpo sacudindo-se com o peso da dor, curvado sobre o piano, as lágrimas formavam uma poça sob seus pés. Com um suspiro levantou-se e parou na soleira da porta, olhando para o deserto que estendia-se à sua frente, então sentou-se novamente em frente ao piano, pegou uma pena e no papel, depositou sua angustia e solidão.

"Sinto aquele vazio de novo...
E cada vez que penso nisso ou em você, eu não entendo.
Eu só queria que pudesse ser fácil assim, como entender algo que pensamos ser impossível... Quando olhamos a imensidão do universo e nos perguntamos de onde tudo veio, é como se sentíssemos a resposta vindo de dentro... E não é impossível entender, por que faz parte de nós.
Mas quando tento entender este sentimento, ou por que preciso tanto da sua presença, a resposta não surge de lugar algum, nem mesmo na imensidão do universo ou no brilho distante das estrelas. É só esse vazio, e a ausência...
E apertando meu peito como se quisesse esmagar o coração e arrancar a angustia, a falta que sinto preenche meus dias e minhas horas. Cada minuto é repleto de você, de seu sorriso, do seu olhar, lembranças que invadem minha alma...
Eu poderia correr até o fim do mundo, buscar você no fundo do oceano, mesmo que fosse só para ter você ao meu lado por mais um minuto, só para dizer adeus... Eu tocaria seu rosto e com a lágrima que escorre por meu rosto agora, molharia seus lábios, então num último abraço sussurraria em seu ouvido aquilo que nunca pude dizer: Eu te amo...
Mas só posso te buscar nesse mundo, nem o inferno ou o paraíso tenho o direito de invadir para trazer-te de volta.
E a dor que nasce de minha imortalidade e impotência me arrasta para esse estado de vertigem e desespero.
Rezo, condenado que sou, para que você esteja bem... Onde quer que esteja...
E estas notas distantes, que perduram pela eternidade em meus ouvidos, eu rezo para que cheguem até você.
Então quando saio, sinto a chuva tocando meu rosto, e vejo essa desolação e esse deserto imensos... Eu sei que é minha alma abarcando o mundo, mas o vazio que você deixou... E eu não posso fazer nada para acabar com toda esta tristeza, a tragédia do reino, que nasce de mim, e morre em você.
Porque você era a luz, e agora só existe a escuridão."

C.C.

PS: Violence de Anathema é linda *-* Estava ouvindo agora enquanto escrevia... õ_ó Ultimamente só escrevo se estou ouvindo alguma coisa... triste hehehe ^-^

1 comment:

  1. Mais uma vez tudo q posso fazer é lhe parabenizar.
    A Kda nova parte de conto eu fico mais interresado em saber, sobre kda um d seus personagens, seus passados, presentes e futuros, as vezes da até uma certa agonia ^^'
    Então vc ouviu o q lhe recomendei, é bom saber disso ^^
    Depois caso se interesse ouça Opeth, para ser mais especifico o album Damnation, tenho certeza q ira gostar. Acho que minha opinião não conta muito, pois acabei por tornar-me um fã "assíduo" dessa banda, mas se puder/quiser, busque ouvir os outros albuns tmb. Opeth possui dez albuns, eu ja ouvi cinco dos mesmos, e devo dizer q eles possuem um som unico, nunca ouvi uma banda com um som como o deles, mas ja chega d bancar a tiete não é? ^^'
    Continue a escrever desse jeito, e logo logo estara assinando para mim um dos volumes d seu livro ^^

    Até \o

    onaitsirC

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