1/24/2009

Soneto

Estes olhos são da minha amada,
Que belos, que gentis e que formosos!
Não são para os mortais tão preciosos
Os doces frutos da estação dourada.

Por eles à alegria derramada
Tornam-se os campos de prazer gostosos,
Em zéfiros suaves e mimosos
Toda essa região se vê banhada.

Vinde, olhos belos, vinde, e enfim trazendo
Do rosto do meu bem as prendas belas,
Dai alívio ao mal que estou gemendo.

Mas oh! delírio meu que me atropelas!
Os olhos que eu cuidei que estava vendo
Eram (quem crera tal!) duas estrelas.

Cláudio Manuel da Costa - As mais belas poesias Brasileiras de Amor

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