9/30/2008

O que quero, e o que vês

A despeito de toda fé, além de qualquer evidência, o que vejo, é o que você vê.
O que sinto, é o que sentes, e o que quero, é o que queres.
Não há razão para fuga, para desespero, para sofrimento.
A dor pode ser real, a dor pode ser dolorida, mas a sua vida, a sua luta, a sua beleza, são maiores.
E o seu amor.
Que quando ferido, não se despedaça aos poucos, mas assim como nos romances, perdura, até atingir o ápice, explodir, e desaparecer por entre as nuvens cinzentas.
Não posso, não quero usar palavras vis, para descrever tudo o que somos, quero apenas mostrar-lhe um fato. O fato de que somos mais do que isso.
O fato de que sua dor é incompleta, a minha dor absurda, e nosso sofrimento, mesquinho.
O fato de que ao corrermos um do outro desta forma, entregando-nos a amores pequenos e paixões lascivas, estamos correndo de nosso próprio Eu, e da nossa felicidade.
Ainda estou aqui, minha mão mantém-se estendida e meu amor inalterado.
Não peço que venhas até mim, e que entregues teu coração, como te entreguei o meu.
Só o que peço, é que pares de sofrer, e de me arrastar em teu sofrimento. Só o que peço, é que olhes para mim, como na primeira vez, e que encontres no reflexo de meus olhos todo o amor e toda a vida que existem dentro dos teus.
O que vejo, é o que vês, e o que sinto, é o que sentes.
Tua dor é minha, e minha solidão é tua.
Quando decidires parar de procurar, venha me fazer uma visita, eu estarei no mesmo lugar. E talvez nesse dia você encontre o que eu, ao olhar nos teus olhos, encontrei.

R.A.Owen

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