Trago a chuva na bagagem
Nuvens cinzentas
O céu que vejo
Fiéis companheiras.
Quando olhamos para o abismo
E divisamos a profundidade
quando queremos voltar
Percebemos que é tarde
Muito tarde para olhar para trás
Tarde para arrependimentos
Tarde para confissões
Tarde para a queda.
Não há chamado
Não há convite
Só a escuridão
A realidade.
Quando encaramos o abismo negro
Como se o tempo parasse
O ar abafado.
Talvez o calor venha
das profundezas
Talvez venha
das lembranças.
Um segundo
E tudo faz sentido.
Mas as pernas tremem
O coração acelera
As mãos se rebelam.
Não há escolha.
É tarde.
Aquela lágrima
solitária
A companheira de uma vida.
É o fim.
Um passo em falso
Olhos fechados.
Finalmente
Quando os abrimos
O sol machuca
Com sua luz
E percebemos
que estamos a um passo
da beira do abismo.
C.C.
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